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Mais que Messi, Cristiano Ronaldo, Rooney

Caçado por zagueiros e volantes, Neymar sofre quase quatro vezes mais faltas do que as principais estrelas que atuam na Europa

DE SÃO PAULO

Neymar recebe a bola, dribla um defensor, dois, corre para superar o terceiro e já fica na espera de uma pancada por trás, que vem certeira.

Ele cai no gramado com cara de dor e choro. Mas se levanta e volta ao jogo, não sem antes arrumar a caneleira, único escudo entre ele e as travas das chuteiras rivais.

A cena se repetiu em quase todos os jogos do Santos em 2012. Neymar pode não ser o melhor do mundo. Mas, entre os melhores, é disparado o que mais apanha.

O santista sofre, em média, 7,6 faltas por jogo no Campeonato Paulista e na Libertadores. A taxa é quase quatro vezes maior que a de estrelas que atuam na Europa, como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Wayne Rooney.

Por tradição, o futebol brasileiro é mais violento. Isso se reflete, por exemplo, na média de faltas do Paulista, 20% maior que a do Espanhol.

Mesmo assim, algo na individualidade de Neymar faz com que ele seja mais caçado que seus colegas europeus.

Sua velocidade e a rapidez com que faz a bola avançar deixam os adversários atrasados na jogada. Assim, às vezes mesmo sem querer, os defensores acabam acertando as pernas do atleta antes de alcançarem a bola.

O técnico Muricy Ramalho sempre fez críticas duras aos adversários que só conseguiam parar seu jogador com faltas violentas. Mas parece ter se rendido à triste realidade dos zagueiros que encontram Neymar pelo caminho.

"É difícil [marcá-lo] pela maneira como joga. Temos que ser frios para analisar. Já joguei futebol, sei como é lá dentro", declarou o treinador após o 1 a 1 de anteontem contra o Internacional. Neymar foi alvo de quase metade das faltas dos colorados.

"Não tem jeito, o jogo dele é esse de ir para cima toda hora, e os zagueiros são muito fortes. Só espero que tenha sorte como hoje", completou.

Rival na última noite, o técnico Dorival Júnior exaltou a "valentia" do ex-comandado. "Todo grande jogador sofre marcação severa. Até muito dura. Ainda assim, é valente e continua indo para cima."

O presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, disse anteontem que um dos argumentos usados para Neymar permanecer no país foi que, na Europa, o atacante levaria mais "botinadas".

Mas Neymar parece já ter até se habituado às pancadas.

Com um dos braços enfaixado e alguns hematomas pelo corpo, saiu do estádio anteontem dizendo que estava pronto para o próximo jogo e que não tinha medo de nada.

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