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Condenação a Neymar faz juízes procurarem tribunal

ARBITRAGEM
Sindicato pernambucano prepara processos contra cartolas

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Os árbitros brasileiros se cansaram de ouvir calados as ofensas que partem de dirigentes, jogadores e outros profissionais do futebol.

Municiados pela decisão que, no ano passado, condenou Neymar a indenizar o juiz Sandro Meira Ricci, os árbitros vão iniciar uma nova ofensiva na Justiça comum.

O sindicato que representa os árbitros profissionais de Pernambuco pretende, em 30 dias, ajuizar ação contra dirigentes do Estado.

"Existem algumas pessoas que vão a rádios e televisões e, de forma agressiva, chamam os juízes de bandidos", diz o bandeirinha e presidente do sindicato pernambucano Pedro Wanderley.

"Estamos colhendo material para resgatar o direito destes cidadãos", completa.

Aos menos três cartolas serão processados, segundo o advogado Giulliano Bozzano, ex-árbitro que largou o apito em 2010 e que representará o sindicato na Justiça.

Entre eles estarão diretores e membros da comissão técnica do Náutico, que atacaram o juiz Cláudio Mercante depois da partida contra o América-PE, em janeiro.

No confronto, válido pelo Campeonato Pernambucano, o atacante Rogério sofreu uma lesão grave após uma dividida com o lateral Maneco, do América-PE. A irritação com o árbitro se deu pelo fato de Mercante não ter expulsado o autor da falta.

"Foi uma covardia. Tem que ter cadeia. Para quem está no comando, para o árbitro. Têm que ser presos", protestou à época o ex-técnico alvirrubro Waldemar Lemos.

"As pessoas têm que respeitar o profissional", afirma Wanderley, antes de lembrar que Mercante foi absolvido pelo TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) pernambucano. "Nós temos que buscar esse reconhecimento."

Bozzano também será o responsável pelos processos que o juiz baiano Jaílson Macedo Freitas moverá contra nove pessoas, entre elas um jornalista gaúcho que teria acusado Freitas de falsificar um diploma do segundo grau para poder apitar e dirigentes do Vitória, revoltados com a derrota sofrida para o Bahia no Baiano de 2011.

Na súmula daquele jogo, o árbitro identifica o presidente do Vitória, Alexi Portela Júnior, entre os que o teriam chamado de "ladrão, tendencioso, vagabundo e safado".

"Nós estamos tendo respaldo judiciário", diz Bozzano, que no ano passado advogou em favor de Sandro Meira Ricci contra Neymar. Na ação, o santista foi condenado a indenizar o juiz em R$ 15 mil por uma mensagem publicada em seu perfil no Twitter.

"É algo que nos dá subsídio, é uma jurisprudência importante", afirma Bozzano.

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