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Análise

Governo usa corrida para obter ares de normalidade

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

A confirmação do GP do Bahrein se encaixa na política de normalização que a monarquia governante tenta impor após sufocar protestos pró-democracia iniciados em 2011. Mas os confrontos quase diários entre manifestantes e policiais mostram que a esquecida Primavera Árabe do Bahrein ainda está longe de ser página virada.

Quando a onda de revoltas da Tunísia e do Egito se alastrou e chegou ao Bahrein, em fevereiro de 2011, a resposta da monarquia Al Khalifa foi dura. Cerca de 50 pessoas foram mortas e opositores foram presos e torturados.

Apesar das promessas de reformas feitas pelo regime, a repressão foi mantida.

Com o apoio da Arábia Saudita, que mandou tropas para reprimir protestos, e com a vista grossa dos EUA, o Bahrein parecia ter estancado na origem a sua Primavera Árabe. Mas ela persistiu.

Enquanto aplaudia as revoltas de Tunísia, Egito, Líbia e Síria, os EUA pouparam o regime do Bahrein, considerado um aliado pela localização estratégica, entre Arábia Saudita, Iraque, Kuait e Irã.

É o porto de ancoragem de navios americanos e a base da Quinta Frota de Guerra da Marinha dos EUA, a poucos quilômetros do rival Irã.

O selo de aprovação da FIA irritou opositores e transformou a corrida em um novo alvo dos protestos. Ontem os tumultos botaram para correr visitantes numa exibição do GP em Manama, enquanto manifestantes eram reprimidos com gás lacrimogêneo.

Mesmo com um esquema de segurança ultrarreforçado, Bahrein promete ser uma parada de risco para a F1.

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