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Vão ter que me engolir, repete Zagallo

CBF
Alheio à política, veterano diz que ajudaria Mano a obter o hexa

DE SÃO PAULO

Para Mário Jorge Lobo Zagallo, o cargo de vice-presidente da CBF para a região Sudeste significaria a chance de dar sugestões na escalação da seleção treinada por Mano Menezes. E até se considerar, pela quinta vez, campeão do mundo, caso o Brasil vença a Copa de 2014.

Ele mostrou ignorar o fator político de sua indicação pela Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). Com 80 anos, seria o mais velho dos cinco vices e, em caso de o presidente José Maria Marin, 79, deixar o cargo, assumiria o comando da CBF.

Zagallo concorre ao cargo contra o indicado da FPF (Federação Paulista de Futebol), Marco Polo Del Nero, 71. O embate visa o controle da entidade e antecipa a corrida para a próxima eleição, que está marcada para 2015.

"Vi que poderia ser útil à equipe que vai disputar a Copa, poderia ajudar a trazer o hexacampeonato. Teria condições de colaborar com a comissão técnica porque tenho conhecimento para mostrar tudo", disse Zagallo ontem, em entrevista na sede da Ferj.

"E vocês vão ter que me engolir mais uma vez", completou, com o termo que usou após a conquista da Copa América de 1997, da qual foi campeão como treinador.

SIMBÓLICO

Na prática, o cargo de vice-presidente da CBF tem funções burocráticas e só ganhou importância depois da renúncia de Ricardo Teixeira. Marin, vice mais velho e ligado à FPF, assumiu e abriu a vaga no Sudeste, que, pela geografia da CBF, só tem São Paulo e Rio de Janeiro.

Como vice, Zagallo só participaria do dia a dia da seleção se Mano quisesse. Ontem, ele evitou críticas ao time.

"Poderia falar algo se o convite para ser vice passasse a valer. A partir daí é que eu teria força para falar com a comissão", disse Zagallo.

A Folha apurou que a FPF vai sugerir conceder um cargo simbólico a Zagallo, caso Del Nero vença a disputa.

Rubens Lopes, presidente da Ferj, criticou a indicação de Del Nero porque, segundo ele, foi quebrado um acordo feito em 1989 para que houvesse rodízio entre os dois Estados. Esta seria a vez do Rio.

Os indicados devem ter o apoio de oito federações e de cinco clubes para se candidatarem. A eleição deve ser marcada para julho ou agosto. Votarão os presidentes das 27 federações e os representantes dos 20 clubes da Série A.

Colaborou MÁRCIO FALCÃO, de Brasília

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