Rival de Cielo aposta em noite de sono

Uma medalha de ouro pode ser conquistada enquanto o atleta dorme. Com essa ideia, cientistas australianos criaram um projeto para monitorar o sono dos atletas.

Analisando dados sobre como os esportistas dormem, podem sanar problemas que impedem a total recuperação deles durante a noite.

O projeto foi implantado pela Austrália, uma das maiores potências da natação, para tentar maximizar seus resultados em Londres. E é usado por James Magnussen, principal rival de Cesar Cielo.

A federação australiana deu monitores de sono e diários para 25 nadadores. Eles fazem anotações sobre suas rotinas e, às vezes, dormem conectados aos aparelhos.

"Se for notado um problema, podemos decidir por alguma intervenção ou análise mais profunda do sono do atleta", diz à Folha, Bernard Savage, gerente de ciência e performance da entidade.

Serão analisados diversos fatores, como hora em que o atleta dorme, quando acorda, eficiência do sono, o que faz antes de ir para a cama, quanta cafeína ingere.

Os nadadores também anotam que atividades os ajudam a dormir melhor ou pior e o impacto que a noite mal ou bem dormida tem em seu treinamento no dia seguinte.

Outra preocupação é a adaptação ao fuso. "Temos estratégias para a viagem e a recuperação das mudanças de horário", diz Savage.

Enquanto o atleta dorme ocorre a recuperação física e é consolidado o que se aprendeu. Segundo especialistas, problemas durante o sono podem causar alterações de humor, cognitivas e físicas.

A ansiedade gerada na competição pode ser um dos fatores de alteração do sono.

Cielo, por exemplo, acordou de madrugada na véspera da quebra do recorde mundial dos 50 m livre, que ocorreu no Pinheiros, em dezembro de 2009. "Acordei e não consegui mais dormir. Acordei a casa inteira porque não queria ficar sozinho", diz.

Cielo estreia hoje no Troféu Maria Lenk, nos 50 m livre. Já avisou que quer fazer o melhor tempo do ano, retomar seu favoritismo e tirar o sono de Magnussen.

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