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Ida sem volta

Tite usa campanha na Libertadores para dar confiança ao Corinthians no início das oitavas, fase que mais vezes eliminou a equipe do torneio

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O Corinthians faz hoje à noite seu primeiro jogo mais importante desta Libertadores. Talvez até mais determinante que a partida de volta.

A história do clube na competição mostra que são os jogos de ida do mata-mata que interrompem o sonho alvinegro de conquistar a América.

Diante do Emelec, em Guayaquil, no Equador, a equipe de Tite começa a disputar as oitavas de final, justamente a fase que mais vezes eliminou o Corinthians.

E testa a frieza do time, que sofreu mudanças nas duas posições mais importantes -goleiro e centroavante-, para voltar a São Paulo com um bom resultado. O jogo de volta é na próxima quarta-feira no mesmo Pacaembu que, há dez dias, viu sua queda no Campeonato Paulista.

Esta é a décima Libertadores do Corinthians. Em oito das outras nove edições, o time foi eliminado em mata-mata; em sete delas, o clube alvinegro tropeçou na ida e não conseguiu se classificar.

O mais recente tropeço foi em 2011. O empate sem gols no Pacaembu ante o Tolima, na fase classificatória, custou caro ao time, que perdeu por 2 a 0 na partida de volta.

Também não conseguiu a vaga após perder nas partidas de ida contra Grêmio, Boca Juniors, Palmeiras, em 1999, River Plate e Flamengo.

Na história do torneio, o Corinthians disputou 12 mata-matas. Só em dois, venceu na ida. Classificou-se quatro vezes, a última em 2000, quando tirou o Atlético-MG nas quartas, mas foi eliminado pelo Palmeiras na semi.

"Temos a consciência de que os 180 minutos terão um caráter decisivo. O torcedor também sabe disso", disse Tite. "Cada caso é um caso, precisamos ter um cuidado para não generalizar", completou, ao comentar o histórico de eliminações do clube.

Nesta edição, o Corinthians faz campanha quase irretocável. Fez a segunda melhor campanha na fase inicial, com quatro vitórias e dois empates, além de ter a melhor defesa. São nestes números, e não no histórico do torneio, que Tite se debruça.

"São estatísticas, isso é passado. O trabalho é o importante agora. A campanha que fizemos faz com que cheguemos nesta fase fortalecidos. Houve o tropeço num jogo só com a Ponte, sentimos. Mas vamos tentar retomar o nosso padrão normal, apresentar nossa consistência. Fazer um belo jogo e trazer um bom resultado", afirmou.

Ontem, Tite voltou a falar sobre sua matemática para avançar às quartas de final.

"Prefiro voltar a São Paulo com uma derrota por 2 a 1 do que com um empate em 0 a 0". A declaração repercutiu na imprensa local. Ambos os resultados obrigariam o Corinthians a vencer em casa para, no mínimo, levar a decisão para os pênaltis.

Por isso, parece ser um fator mais psicológico do que lógico. Na cabeça de Tite, talvez, empatar fora de casa sem gols pode acomodar seu time para a partida em São Paulo.

"Temos peças de reposição que permitem viradas. Temos um técnico campeão da Sul-Americana, da Copa do Brasil, temos experiência em mata-mata e de saber administrar esses momentos", disse, colocando-se como exemplo.

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