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Rodrigo Bueno

Bem além da taça

Campeões selam recordes, quebram tabus e mostram que há muito pelo que lutar além dos troféus

FAZER história! Mais do que ganhar títulos, é isso o que muitos times estão conseguindo nesta temporada europeia que se aproxima do fim. Difícil é saber quem será o mais lembrado de todos.

O Montpellier, ao que tudo indica, será um inédito campeão francês, atrapalhando os planos milionários do Paris Saint-Germain de voltar a reinar em seu país. Mas será que essa conquista singular de um time quase nada expressivo será mais histórica do que o potencial scudetto invicto da Juventus, gigante que passou os últimos anos entre o inferno e a vergonha no calcio?

A "Velha Senhora" encontrará precedente apenas no Milan 1991/1992, aquele que projetou de vez o técnico Fabio Capello e que transformou Van Basten em melhor do mundo.

O bicampeonato do Borussia Dortmund fez com que, pela primeira vez desde 1997, o Bayern experimentasse dois anos sem títulos da Bundesliga. Melhor ainda, o time do tão "diferenciado" Jürgen Klopp deve terminar sua campanha com vitória em casa sobre o Freiburg e 81 pontos, um recorde na Alemanha (caberá ao Bayern fazer história ganhando em casa a Champions).

O Real Madrid vai colocar fim ao império do Barcelona na Espanha, algo que pode até parecer pequeno depois da queda merengue nas semifinais da Copa dos Campeões, porém os números são épicos. Até agora, são 112 gols no Espanhol, recorde tanto quanto os 165 tentos do time em toda a temporada. Ótimas marcas para o ego de Mourinho (campeão "só" em Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha) usar contra aqueles que o chamam de retranqueiro.

A Premier League, por sua vez, está prestes a conhecer um novo e efervescente (Balotelli, Tevez, Mancini, xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan...) campeão. Desde que o Campeonato Inglês adotou seu atual formato badalado, apenas Manchester United, Blackburn, Arsenal e Chelsea levantaram a taça. O agora endinheirado Manchester City, na fila desde 1968, praticamente garantiu a história anteontem ao dobrar o vitorioso rival local. Será um sinal forte dos novos tempos, assim com seria a conquista da Champions pelo já velho endinheirado Chelsea, exemplo maior hoje de joga-quando-quer-e-não-precisa-de-técnico.

O Athletic Bilbao do Loco Bielsa é outro que pode escrever seu nome, com uma dobradinha de copas (Liga Europa e Copa do Rei), na maluca história desta temporada. E há um redivivo clube brasileiro que, basicamente por conta de um espetacular jogador, está perto de fazer história também, mas esse é um tema para uma outra coluna.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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