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São Paulo assume papel de xodó

COPA DO BRASIL
Depois de atritos na era Teixeira, clube ganha poder com Marin na CBF

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Na semana passada, no dia do goleiro, Rogério e Emerson Leão foram homenageados com elogiosas reportagens no site da CBF.

Apesar da clara importância dos dois para a posição (ambos somam seis Copas do Mundo), é difícil acreditar que o mesmo teria ocorrido se Ricardo Teixeira tivesse sobrevivido na cadeira de presidente da confederação.

Leão se tornou desafeto do cartola após ser demitido da seleção, e Rogério era, entre os atletas, o principal crítico da antiga administração.

Mas Teixeira caiu, José Maria Marin assumiu a CBF, e os dois exemplos agora ilustram a nova relação entre o São Paulo e a entidade que comanda o futebol no país.

De principal opositor, o clube do Morumbi já é visto como o novo xodó da CBF.

Uma demonstração do poder adquirido pela equipe foi dada na última quinta-feira, quando a diretoria forçou o adiamento da partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, contra a Ponte Preta, por causa da chuva.

O medo de que uma lesão atrapalhasse o time na semifinal do Paulista fez os cartolas pressionarem contra a realização do jogo, que finalmente será disputado hoje, às 21h50, em Campinas.

O imbróglio que envolve o meia Oscar também é usado pelos que reclamam da condição são-paulina na gestão de Marin, ex-atleta do clube.

No Inter, dirigentes dizem estranhar que a agilidade com que a CBF cumpriu ordem da Justiça e devolveu o registro de Oscar ao São Paulo não tenha sido a mesma após uma liminar permitir ao meia a manutenção de seu vínculo com os gaúchos -a decisão foi publicada na quinta-feira, mas o jogador ainda não foi regularizado.

As rusgas entre a CBF de Teixeira e o São Paulo foram expostas logo após o Morumbi perder a condição de arena paulista para a Copa-2014.

No clube, a exclusão do estádio é vista como uma retaliação por Juvenal Juvêncio ter apoiado Fábio Koff na última eleição do Clube dos 13. A CBF trabalhava para colocar o derrotado Kleber Leite na presidência do grupo.

"Há um comportamento estranho com o São Paulo", reclamou Rogério no ano passado. "Sofremos isso há algum tempo, é notório", completou o goleiro, "exemplo de profissional" no texto publicado no site da confederação.

"A relação não era boa. Tivemos alguns dissabores vindos da direção da CBF", avaliou o vice-presidente são-paulino João Paulo de Jesus Lopes. "O grande exemplo foi a questão do Morumbi."

A amizade de Juvenal Juvêncio com o atual chefe da CBF o ajudou também a recuperar prestígio na federação paulista. O relacionamento com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, principal articulador da chegada de Marin ao poder, estava desgastado desde 2008.

Neste ano, o São Paulo devolveu à FPF o camarote no Morumbi que tinha sido retomado pelo clube durante o período de atritos.

Del Nero chegou a fazer lobby para que a arena, mesmo fora da Copa, recebesse partidas da Copa das Confederações, e não se opõe à possibilidade de o estádio, ignorado pelos rivais nos últimos anos, ser o palco das finais do Paulista, mesmo a decisão sendo entre Santos e Guarani.

Colaborou EDUARDO OHATA, do Painel FC

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