Ucrânia é ameaçada de boicote

A menos de 40 dias do início da Eurocopa-2012, o futebol está em segundo plano.

Após dúvidas sobre a capacidade de Polônia e Ucrânia organizarem o torneio e protestos contra exploração sexual, a disputa diplomática que envolve direitos humanos e que provocou rumores sobre o adiamento do torneio é o assunto do momento.

Lideranças europeias ameaçam boicotar o campeonato em represália a possíveis maus tratos encomendados pelo governo ucraniano à antiga primeira-ministra Yulia Tymoschenko, 51, condenada a sete anos de prisão por abuso de poder em um contrato de importação de gás.

Os conflitos políticos, que andavam adormecidos nos grandes eventos esportivos após a queda do comunismo, no início dos anos 90, voltaram com força desde que as competições saíram do eixo Estados Unidos-Europa Ocidental em busca de dinheiro.

Nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, foram os protestos a favor do Tibete. No recém-disputado GP do Bahrein de F-1, a instabilidade provocada por manifestantes que tentam derrubar o governo.

De passado socialista, a Ucrânia tem em Tymoschenko uma das principais vozes de oposição ao governo do presidente Viktor Yanukovych.

A ex-primeira-ministra entrou em greve de fome no dia 20 de abril sob alegação de que foi agredida pela polícia na prisão. Fotos em que aparece com lesões na pele surgiram neste fim de semana.

A chanceler alemã Angela Merkel anunciou que não irá à Euro a menos que a Ucrânia libere a política para passar por tratamento médico no país. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, reforçou o boicote.

Ontem, o diretor da Euro na Ucrânia, Markian Lubkivski, anunciou que a Uefa irá manter a competição no seu formato, data e sedes originais a despeito dos rumores sobre possíveis mudanças.