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Rico, Brasil gasta até em mimos a judocas

JUDÔ
Com recurso recorde, confederação paga prêmio e luxo a atletas por meta de quatro pódios na Olimpíada

Leo Barrilari/Frame/Folhapress
Judocas descem escada do aeroporto de Congonhas na apresentação da seleção que vai à Olimpíada
Judocas descem escada do aeroporto de Congonhas na apresentação da seleção que vai à Olimpíada

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Morador de Santos, o judoca Leandro Guilheiro vai até São Paulo pra seus treinos no Clube Pinheiros. Reclamava do cansaço da viagem de cerca de uma hora e vinte minutos. A Confederação Brasileira de Judô providenciou um apart-hotel pra ele na capital.

É o tratamento dispensado ao primeiro do ranking mundial da categoria até 81 kg e principal esperança de ouro nos Jogos de Londres-2012.

Mas os mimos se estendem aos outros judocas. Com recurso recorde na preparação para essa Olimpíada, a confederação pôde gastar com detalhes que dão mais incentivo e conforto aos 14 atletas da seleção, cuja formação final foi apresentada ontem.

O total gasto com a preparação é de R$ 5 milhões apenas no período de um ano antes dos Jogos de Londres, que começam em 27 de julho.

"Tivemos um aumento de 40% a 45% no total investido neste ciclo olímpico de 2012 em relação ao anterior", contou o presidente da confederação, Paulo Wanderley.

Esse aumento deve-se aos novos patrocinadores, Bradesco e Sadia, e a recursos da lei de incentivo fiscal ao Esporte. Foi assim que Wanderley anunciou prêmio de R$ 1 milhão para os atletas que obtiverem medalha nos Jogos. O valor será dividido de acordo com a qualidade e o número de medalhas.

Outro R$ 1 milhão será pago aos 14 classificados à Olimpíada, dinheiro a ser dividido de acordo com a posição no ranking de cada um.

É a primeira vez que o Brasil leva aos Jogos uma equipe completa que obteve sua vaga no tatame. Em 1992, as brasileiras receberam convites.

Apenas outros três países têm times inteiros, entre eles a potência maior, o Japão.

As últimas vagas foram obtidas por Mariana Silva e Maria Portela, com pódios no Pan de Judô, em Montreal, encerrado na semana passada. Suas conquistas foram fruto de investimento em viagens extras de atletas que não estavam bem ranqueados.

"Antes, o orçamento era dividido entre todos igualmente. Agora, devemos ter investido mais na Maria Portela do que no Leandro nos últimos tempos", disse o coordenador técnico Ney Wilson.

Como o dinheiro esteve disponível para todos, pelo menos enquanto tinham chances de vaga, a seleção se renovou para essa Olimpíada em relação à de Pequim.

Dos 14 atletas, oito não estiveram na China. Ou seja, renovou-se mais da metade da equipe brasileira.

"Para viajar antes, você tinha que ser o número um do país. Eu vivi essa época. Desde 2008, vários outros viajam", contou Guilheiro.

Na preparação, os judocas ficarão na concentração isolada de Sheffield até dois dias antes de lutarem, quando viajam separados à Vila Olímpica. Para evitar o McDonald's, como eles brincam.

Os investimentos, que são 60% dos recursos totais da confederação, tornam Wanderley otimista: quer recorde de medalhas. Em Pequim, foram três pódios. "Quero mais do que três. Ou então, um ouro e outra medalha", disse.

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