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Outro lado

Medina, 22, herói da classificação do Guarani, ganha R$ 5 mil por mês, mora no alojamento do clube e sonha agora ter onde jogar em 2013

MARCEL RIZZO
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

Aos 20 anos, Neymar já é milionário, é assediado por fãs e deve disputar a Copa do Mundo de 2014 como o principal craque da seleção brasileira. É a exceção entre os jovens jogadores do país.

A regra é Medina. Aos 22 anos, o lateral, que pode jogar de meia, mora no alojamento do Guarani, embaixo da arquibancada do estádio Brinco de Ouro da Princesa.

Ele rabiscou o primeiro autógrafo em Campinas no domingo passado, três meses depois de ser contratado, e até ontem nem sabia se seria titular em sua primeira decisão de Campeonato Paulista, domingo, contra o Santos.

A resposta positiva chegou ao final da tarde: Fumagalli tem uma lesão no tendão de aquiles e não vai jogar a primeira partida da final -provavelmente nem a segunda.

"É agarrar a chance. Mas não posso me comparar a ninguém. O Neymar é único. Não dá nem para pensar em ganhar o dinheiro que ele já ganhou. O que penso é chegar à seleção brasileira, nesse ponto posso estar próximo a ele", disse Medina à Folha.

O salário do atleta não ultrapassa os R$ 5 mil. Para um garoto de pouco mais de 20 anos não é desprezível, mas o craque adversário na decisão estadual fatura quase R$ 3 milhões mensais com a ajuda dos patrocinadores.

Para economizar, Medina desistiu de alugar um apartamento ou flat em Campinas e aceitou o alojamento.

Hotel, só quando recebe a visita da namorada, que vive em Santa Catarina, como aconteceu após a noite heroica contra a Ponte Preta.

Depois de marcar dois gols na vitória por 3 a 1, Medina foi jantar com Jéssica. Na segunda-feira, foi ao shopping.

Enquanto Medina era reconhecido pelos torcedores pela primeira vez em Campinas, Neymar aproveitava a folga para viajar a Florianópolis, no Estado natal de Medina, para ver um show de pagode.

Medina é natural de Jaraguá do Sul e teve como empresário no início da carreira o ala Falcão, do futsal, que tem uma empresa que representa atletas e tinha uma parceria com o Juventus local.

Falcão quase o colocou no Santos em 2009, ano de estreia de Neymar. Não deu certo, e Medina foi para o Avaí, clube no qual teve problemas.

"Fiquei esquecido no Avaí, teve uma briga de empresários, isso atrapalhou minha carreira", contou. "Atrasou bastante o que eu poderia fazer no futebol, os times no qual eu poderia jogar."

Tudo que Medina quer é ter contrato com algum clube em 2013. Seu empréstimo ao Guarani vai até agosto, e o contrato com o Avaí, até dezembro. Antes dos dois gols contra a Ponte nas semifinais, ele ficou sem jogar por 42 dias por causa de lesão. Não tinha perspectiva de trabalho no ano que vem.

"Pretendemos renovar com o Medina. Vamos conversar após o Campeonato Paulista", disse o presidente do Guarani, Marcelo Mingone.

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