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Vadão chega à final aliado à tradição

PAULISTA
Vinte anos depois de inovar com 'carrossel caipira', técnico faz sua primeira decisão do Estadual

DO ENVIADO A CAMPINAS
DE SÃO PAULO

Demorou 20 anos para Oswaldo Alvarez, mais conhecido como Vadão, chegar a uma decisão de Paulista.

Em 1992, o Mogi Mirim se tornou famoso por seu esquema 3-5-2, atípico à época, o que lhe fez ganhar o apelido de "carrossel caipira", em alusão à seleção da Holanda da Copa de 1974. Parou no quadrangular semifinal.

Em 2012, o Guarani volta a disputar uma decisão 24 anos depois comandado pelo mesmo Vadão, mas sem ousar tanto. O esquema é o mais tradicional de todos, o 4-4-2. É assim que o treinador vai ter que fazer mágica para parar o favorito Santos de Neymar.

"Hoje o 3-5-2 caberia, mas não seria novidade. O diferencial daquele time [do Mogi Mirim] era o esquema e como os jogadores se movimentavam. Não estavam acostumados com isso no Brasil", disse à Folha Vadão.

Há 20 anos havia preconceito contra um time com três zagueiros porque, dois anos antes, a seleção havia fracassado na Copa do Mundo da Itália com este esquema.

"Mas foi justamente ver a Alemanha jogar com três zagueiros nesta Copa que me fez escalar o time assim", disse o treinador, que acrescentou. "O ponto fundamental, porém, era o preparo físico do meu time, excelente."

Não por coincidência, Vadão era o preparador físico do Mogi Mirim antes de aceitar virar treinador, no começo da década de 90.

DE 1992 PARA 2012

Não há semelhanças, segundo o treinador, entre aquele Mogi Mirim e o Guarani que dirige hoje.

"É engraçado como o futebol é cíclico. Lá nos anos 60 e 70 o Brasil jogava num 4-3-3, com pontas. O tempo passou, criaram o 4-4-2, o 3-5-2, o 4-5-1, e hoje, o melhor time do mundo, o Barcelona, joga no 4-3-3 de antigamente."

O Mogi Mirim de 92 e 93 abusava do "carrossel", mudança de posição entre os jogadores inspirada na seleção da Holanda, e também de improvisações. E isto é uma característica do Guarani finalista deste Paulista.

Para hoje é provável que um zagueiro, Ewérton Páscoa, jogue como volante.

Medina, que originalmente é lateral-direito, vai substituir Fumagalli como meia, porque é veloz. "É importante ter jogadores que podem atuar em diversas funções. Nisso pode parecer que há semelhança [com o Mogi]. Mas a época é outra", disse Vadão.

Não há esquema ideal, ou mágico, para parar Neymar, diz o técnico. O que ele prometeu é não ter marcação individual. "Não adianta eu colocar alguém em cima dele, que vai receber amarelo com cinco minutos de jogo."

A ordem do técnico é esquecer que do outro lado está o Santos. E atacar. (MARCEL RIZZO E MARTÍN FERNANDEZ)

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