Muricy tenta controlar o ímpeto

O técnico Muricy Ramalho está preocupado com a intensidade do futebol de seus jogadores. A equipe brasileira mais vitoriosa dos três últimos anos não quer tirar o pé.

Isso ficou claro na goleada sobre o Bolívar (8 a 0) anteontem, quando o Santos procurou o gol até o fim do jogo.

Todos querem jogar a final do Paulista amanhã, contra o Guarani. Só uma derrota por quatro gols tiraria o título do Santos. Ninguém será poupado, afirmou o técnico.

Em treinos, porém, Muricy precisa diminuir a carga contra a vontade dos jogadores. O objetivo é não desgastá-los.

Anteontem, ele comentou a sessão da véspera. "Não teve rachão [jogo-treino recreativo], não teve nada, foi difícil de eles entenderem, mas entenderam. Estamos sendo inteligentes pra não estourar o jogador no treino", disse.

A preocupação do técnico é a limitação do elenco, admitida por ele e pela cartolagem. Os reservas não conseguiriam substituir os titulares à altura em caso de lesões.

O grande exemplo é a lateral direita, que perdeu o titular Fucile e, desde então, tem sido foco de improvisação.

O problema do elenco limitado se tornará maior a partir da semana que vem, quando o Santos começará a se preparar para o Brasileiro.

A equipe estreia contra o Bahia daqui a dois domingos.

"Precisa melhorar o plantel porque o Brasileiro é muito comprido", disse o técnico. Ele fez pedidos à diretoria, mas disse estar consciente das limitações do clube.

Algumas contratações já foram feitas para o restante do ano. Outras, estão perto de ser concretizadas. A diretoria não quer gastar muito.

"Eu já sabia disso quando cheguei. Aqui não dá para fazer loucura, contratar jogador caro. Vamos de acordo com a possibilidade do Santos", disse o treinador.