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Marin dá aumento de salário a aliados

CBF
Dirigente prestigia executivos mais próximos e dá R$ 130 mil/mês para ter mentor Del Nero como assessor

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

O presidente da CBF, José Maria Marin, abriu os cofres da entidade para beneficiar os seus aliados. Em menos de dois meses no cargo, ele aumentou o seu próprio salário e dos principais integrantes da cúpula da entidade.

O dirigente ganha 50% a mais que o seu antecessor, Ricardo Teixeira, que renunciou em março depois de comandar a confederação por mais de duas décadas.

Desde abril, Marin recebe R$ 160 mil mensais. Teixeira ganhava R$ 98 mil. Além disso, o atual presidente dividiu as diretorias da entidade em duas faixas salariais para prestigiar os mais próximos.

Um grupo vai embolsar R$ 96,8 mil mensais. Os beneficiados foram Antônio Osório, do financeiro, e Carlos Eugênio Lopes, do jurídico. Já os outros oito diretores não receberam aumento. Eles permanecem com R$ 69 mil.

Irmão de Teixeira, Guilherme Terra foi mantido no cargo por Marin. Ele é diretor de coordenação e tem uma função meramente burocrática.

Com uma receita de R$ 300 milhões anuais, a CBF paga aos dirigentes da cúpula da entidade salário maior que o que recebe a presidente da Petrobras, Graça Foster. A primeira mulher a comandar a maior empresa brasileira ganha R$ 60 mil por mês.

Outro que Marin prestigiou foi Ariberto Pereira dos Santos, tesoureiro da confederação. O salário dele pulou de R$ 20 mil para R$ 38 mil.

Desde que Teixeira deixou o poder, Santos e Osório são os responsáveis por assinar os cheques da entidade. O tesoureiro estava afastado da cúpula da confederação nos últimos anos de Teixeira.

Em 2001, o tesoureiro foi investigado pela CPI do Futebol, instalada no Senado. Ele admitiu usar sua conta particular para a gestão dos recursos da CBF. Na época, foi acusado pelos senadores de operar um possível caixa dois.

Além de aumentar o salário de alguns integrantes do alto escalação, Marin demitiu oito funcionários da confederação desde março.

A maioria era ligada a Marco Antonio Teixeira, ex-secretário-geral da entidade e tio do antigo presidente da CBF. Marco Antonio foi mandado embora no dia 3 de fevereiro, pouco mais de um mês antes de seu sobrinho renunciar.

Segundo Marco Antonio, a sua demissão foi um acordo do sobrinho para entregar o poder a Marin e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero.

Com o cargo de assessor especial da presidência, Del Nero ganha também salário da CBF. Comandando a confederação nos bastidores, ele fatura R$ 130 mil por mês desde março. O cargo não existia na gestão de Teixeira.

O técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, não teve o salário alterado. Ele embolsa cerca de R$ 400 mil, e não tem contrato com a CBF.

Ao assumir, ele teve a carteira de trabalho assinada pela entidade. Na época, Teixeira prometeu manter o treinador até a Copa-2014.

Com a saída do cartola, o futuro de Mano é incerto. Se perder a Olimpíada, o treinador pode ser demitido.

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