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'Copa não mudará país', diz Valcke

2014
Cartola diz que só arenas e aeroportos são prioridade, e governo já fala em excluir obras

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Diante do atraso das obras da Copa-2014, a Fifa admite que os projetos ligados ao evento não terão um impacto que altere a cara do Brasil.

Foi a posição adotada pelo secretário-geral, Jérôme Valcke, na sua volta ao país após o episódio em que disse que o Brasil deveria levar "um chute no traseiro" para acelerar a preparação do Mundial. Sua declaração, ontem, no Rio, é oposta ao discurso de organizadores do Mundial.

Para o governo federal, a competição traria legado significativo para o Brasil.

"O que precisamos, com certeza, são dos estádios. Precisamos também que os aeroportos funcionem, que as pessoas possam se locomover de uma cidade para outra. Mas não podemos pensar que um país mudará completamente em cinco, seis anos", afirmou o dirigente.

"Alguns podem ser entregues após a Copa. Na África do Sul foi assim. Alguns projetos podem esperar. Não é a preocupação da Fifa", disse.

Assim, ele reforça o discurso da semana passada em que priorizava obras -que são aeroportos e arenas.

O restante dos projetos -mobilidade urbana- não é imprescindível à Copa.

A posição de Valcke evita cobrança ao governo e indica o cenário atual do evento.

Ontem, o ministro da Cidades, Aguinaldo Ribeiro, que toca a mobilidade, afirmou que em outubro poderão ser excluídos do pacote da Copa projetos não iniciados.

"Se em outubro não tiverem sequer projeto ou se não tiverem sido contratadas, vai haver debate no governo para decidir qual será o encaminhamento nessas obras. Não havendo a contratação, acho que não haverá condição de ter execução dentro do período próprio", afirmou.

Ou seja, haverá revisão da matriz de responsabilidades, que inclui o pacote da Copa.

Do total de 101 projetos do Mundial, 40% ainda não saíram do papel segundo levantamento do próprio governo.

As obras de mobilidade urbana somam R$ 11 milhões, são as mais atrasadas e as que teriam impacto maior na vida da população local.

Com discurso afinado, Fifa e governo consideram a crise "águas passadas", nas palavras de Valcke. Ontem, ao lado do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o cartola anunciou, com seis sedes, a tabela da Copa das Confederações -já revelada pela Folha.

A seleção abrirá a competição em Brasília no dia 15 de junho de 2013. E, depois, jogará em Fortaleza e em Salvador. A final é no Maracanã. Belo Horizonte e Recife também estão na competição.

Mas duas sedes ainda podem ser cortadas em 2012.

A Fifa anunciou ontem também que a escola de inglês Wise Up será apoiador local do Mundial. E que os produtos do torneio serão licenciados pela Globo Marcas.

Colaborou MÁRCIO FALCÃO, de Brasília

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