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Crime se dá por relação de poder, diz especialista

DE SÃO PAULO

A forma como a judoca Kayla Harrison define a relação com seu ex-técnico é emblemática. "Ele era meu sol, era tudo para mim."

Durante mais de cinco anos, ele foi seu ídolo. Até se tornar seu predador.

"O abuso se dá em uma relação de poder. O técnico tem poder sobre o atleta. É ele quem decide se o garoto vai jogar, é em quem se deposita a esperança de sucesso ou de um futuro melhor", diz Welinton Pereira da Silva, secretário de articulação do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Pesquisa da Agência Antidoping dos EUA de 2010 mostra que os treinadores são a principal influência na vida dos jovens envolvidos no esporte.

Como garantir, então, a segurança dos atletas sem que seja criada uma paranoia que afete suas relações com os técnicos?

Segundo Maila Arrington, diretora do Safe Sport, a chave é envolver a família do atleta e manter um canal de comunicação.

"Um treinador pode reunir atletas e pais e explicar quais são os contatos físicos necessários para o treino daquele esporte. Assim, todos saberão o que é adequado ou não", afirma.

"Se o contato for para apoiar ou celebrar, faça de forma clara, de preferência em público, para evitar outras interpretações."

E, diante de uma denúncia, especialistas orientam que as equipes ajudem a criança a receber ajuda.

"O ideal é o clube ter um departamento social e de psicologia do esporte. [Tratar a criança molestada] não é da seara do psicólogo do esporte, mas ele pode indicar outro profissional", afirma o psicólogo João Ricardo Cozac.

(ML)

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