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'O país é racista, me olham como ET', conta Betão

DE SÃO PAULO

Racismo, maus tratos, corrupção. Muitos dos problemas que os primeiros brasileiros encontraram na Ucrânia fazem parte do cotidiano também dos seus sucessores.

O zagueiro Betão, que apareceu no Corinthians e hoje está no Dínamo de Kiev, lembra com tristeza do dia em que ouviu um garotinho dizer para a avó "o negro fala russo" após pedir licença para os dois em um mercado.

"O país é racista. Contra negros, contra arábes e contra pobres As crianças me olham como extraterrestre. Eles deviam ensinar na escola que existem outras raças."

Nada muito diferente da cena que Leandro Machado lembra bem. Em 2002, logo que desembarcou na Ucrânia, as pessoas paravam na rua para olhar e até tocar sua secretária, que era negra.

O ex-zagueiro inglês Sol Campbell chegou a pedir que os jogadores negros boicotem a Euro devido a essa situação.

Já o atacante Maicon Oliveira, artilheiro do último Ucraniano pelo Volyn Lutsk, reclama dos excessos cometidos por treinadores no relacionamento com jogadores.

"Estávamos ganhando de 4 a 0, e o técnico entrou xingando todo mundo no vestiário durante o intervalo. Ele pegou um moleque e acertou um chute na bunda dele."

O jogador também se desentendeu com Vitali Kvartsiani. Irritado, o treinador jogou um giz em sua cabeça. O brasileiro não aceitou a agressão e o chamou para briga.

Maicon ainda admite que é comum armações de resultados entre dirigentes na Ucrânia. Mas assegura não ter participado de nenhum tipo de esquema de corrupção.

"O que acontece é que o presidente de um clube tem dívida com o dono do outro e aí paga tirando seu melhor jogador da partida. Tem que dar uma de cego e fingir que não vê o que acontece por lá", denuncia o atacante.

(RR)

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