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Ailanto deu R$ 1 milhão para Rosell

CBF
Cartola do Barcelona recebeu depósito de empresa investigada

FILIPE COUTINHO
LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, recebeu em uma conta bancária na Espanha R$ 1 milhão enviado do Brasil pela Ailanto Marketing, empresa criada por ele e acusada de desviar dinheiro público do amistoso Brasil e Portugal em 2008.

Documento bancário apreendido pela polícia, ao qual a Folha teve acesso, revela que, no dia 4 de março de 2010, a Ailanto Marketing remeteu, por meio de um contrato de câmbio com o Bradesco no Rio de Janeiro, € 433 mil -R$ 1.052.562,87 segundo câmbio da época- para uma conta em nome de Sandro Rosell em Barcelona.

A remessa de R$ 1 milhão da Ailanto para a cidade espanhola é o primeiro documento mostrando que o dinheiro do jogo de 2008 pode ter ido para fora do Brasil.

A polícia obteve a declaração de Imposto de Renda de Rosell no Brasil do ano-calendário de 2010, em que não há referência ao envio de R$ 1 milhão para a Espanha.

Na ocasião do envio do dinheiro, o cartola do Barcelona já sabia que a Ailanto Marketing, da qual é sócio, estava sendo investigada pelas autoridades brasileiras.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Barcelona para ouvir seu presidente sobre o assunto. A assessoria do clube informou, porém, que o cartola não está "disponível" para se manifestar sobre o episódio.

Como a Folha revelou ontem, a Ailanto repassou R$ 705 mil, por meio dos seus sócios, para o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que deixou o cargo em março após a revelação de sua ligação com a empresa suspeita.

A empresa é alvo de investigação do Ministério Público do Distrito Federal pela suspeita de ter superfaturado o jogo realizado em Brasília numa contratação sem licitação. Os desvios são estimados em R$ 1 milhão apenas com despesas que acabaram bancadas pela bilheteria do jogo.

Segundo a investigação, há indícios de que a empresa é de fachada e foi criada só para receber R$ 9 milhões do governo do DF pela organização da partida. Nas palavras da Promotoria, a empresa do cartola do Barcelona "agiu com ânimo fraudulento".

A remessa do dinheiro para a Espanha foi autorizada por Vanessa Precht, sócia de Rosell na empresa. Ela é quem também assina cheques nominais a Teixeira.

Ex-presidente da Nike no Brasil, o cartola espanhol é amigo pessoal de Ricardo Teixeira, que diz não ter relação com a partida paga com dinheiro público.

Na declaração do Imposto de Renda apreendida pela polícia, Rosell informa que recebeu R$ 4,6 milhões em lucros e dividendos dos negócios da Ailanto em 2010.

No fim do ano passado, a Polícia Civil do DF pediu para a Receita investigar a suspeita de evasão de divisas por parte de Rosell, Teixeira e outros envolvidos.

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