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Olimpíada tem acerto antigreve

2012
Comitê de Londres cria forma de resolver disputas trabalhistas sem interferir nos Jogos

Peter Morrison/France Presse
Policiais escoltam a tocha olímpica de Londres-2012 no desfile em Londonderry, na Irlanda da Norte, após terem de alterar em 100 jardas (cerca de 91 metros) o percurso do evento para evitar o encontro com manifestantes que protestavam contra as forças de segurança da cidade
Policiais escoltam a tocha olímpica de Londres-2012 no desfile em Londonderry, na Irlanda da Norte, após terem de alterar em 100 jardas (cerca de 91 metros) o percurso do evento para evitar o encontro com manifestantes que protestavam contra as forças de segurança da cidade

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Protestos de seguranças na Copa-2010, na África do Sul, alertaram os organizadores da Olimpíada-2012: era preciso criar mecanismos para evitar que disputas trabalhistas interferissem no evento.

Assim, no início do ano, o Comitê Organizador dos Jogos de Londres-2012 (Locog) assinou acordo com sindicato para resolver queixas de trabalhadores na competição sem interromper operações.

Essas questões serão tratadas por um tribunal privado, o Acas, que mediará quando empregados reclamarem do comitê e de empresas. Há regras para queixas sobre condições e termos de trabalho, saúde e segurança.

O acordo foi assinado em 2012, quando irá explodir o tamanho da equipe dos Jogos. Até janeiro deste ano, eram 2.000 pessoas no comitê organizador. Durante a Olimpíada, serão 176 mil.

Só a equipe do Locog será triplicada. Haverá 70 mil voluntários e 100 mil trabalhadores de empresas contratadas pelo comitê organizador.

O Locog exigiu de seus parceiros que também adotassem o mecanismo antigreve.

"Relações industriais suaves e estáveis são vitais em um grande evento, ainda mais com a complexidade da tarefa de organizar o maior evento esportivo do mundo", declarou o presidente do Locog, Sebastian Coe.

Presidente do Acas, Ed Sweeney admitiu que o acordo foi influenciado pelos episódios da Copa-2010, quando seguranças particulares protestaram contra salários baixos, o que causou confrontos com policiais nas arenas.

Há ameaças em Londres. Em fevereiro, pouco após o acordo, Len McLuskey, presidente do Unite, maior sindicato inglês, defendeu greves gerais durante os Jogos.

"Se a Olimpíada nos proporciona uma oportunidade, então é exatamente o que precisamos", atacou.

O sindicato é diferente do Trade Union, que assinou acordo com o Locog. Têm ocorrido greves em Londres que prejudicam os Jogos, mas fora da equipe da organização direta do evento.

Funcionários públicos pararam para protestar contra cortes em suas aposentadorias. E empregados do metrô fizeram o mesmo em abril.

No Brasil, greves atingiram boa parte das obras de estádios da Copa-2014, como em Fortaleza, Recife, Salvador e no Rio de Janeiro. As construções pararam até que houvesse acordo com os operários.

No comitê de Londres-12, as queixas deverão ser resolvidas em prazos menores do que uma semana, segundo promessa do acordo. E há possibilidade de recorrer da decisão do tribunal.

As negociações têm que ocorrer em sigilo, diz o documento. O objetivo é evitar manchar a imagem olímpica.

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