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Marin acompanha bola à distância

SELEÇÃO
Presidente e cartolagem da CBF viajam aos EUA, mas não entram na rotina do time

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A NOVA JERSEY

José Maria Marin está em sua primeira viagem com a seleção desde que assumiu a presidência da CBF, mas ainda não participou do dia a dia do time de Mano Menezes.

No sábado, o Brasil enfrenta a Argentina no Metlife Stadium, em Nova Jersey, o último amistoso desta série.

Enquanto o time se concentra num hotel em Hoboken, Nova Jersey, o dirigente se hospeda em Manhattan, com pelo menos meia hora de trânsito a separá-lo de atletas e comissão técnica.

Com ele estão Marco Polo Del Nero e Reinaldo Carneiro Bastos, homens da Federação Paulista de Futebol e agora também da CBF.

Ontem, Marin não presenciou o primeiro treino do time, realizado numa universidade em Nova Jersey. Anteontem, recebeu o diretor de seleções, Andres Sanchez,em seu hotel -não foi até a concentração da equipe.

A opção de Marin é semelhante ao que fazia o ex-presidente da CBF. Ricardo Teixeira raramente se hospedava no mesmo hotel da seleção e pouco ia a treinos.

Por enquanto, mantém-se um certo distanciamento entre a nova cartolagem da confederação e o time nacional.

Antes dessa viagem, que começou no dia 23 de maio, Marin deu palpites sobre os critérios do treinador e exigiu publicamente ver a lista de Mano 48 horas antes de ela ser tornada pública.

Depois, deu uma entrevista à Folha na qual afirmou que sua a maior preocupação para a Copa de 2014 era o time nacional. Marin é também presidente do COL (Comitê Organizador Local).

Segundo a reportagem apurou, tais episódios foram vistos internamente mais como uma atitude de Marin para tentar ganhar a torcida do que propriamente como interferência no trabalho de Mano e Andres Sanchez.

Do vestiário para dentro, afirma quem o frequenta, Marin nunca deu palpite. E é isso que importa para o treinador e o diretor de seleções.

Teixeira, que ocupou a presidência da CBF por 23 anos, não tinha o hábito de se envolver com o trabalho dos técnicos -não pedia para ver a convocação, por exemplo.

Na prática, também ficava à vontade para demiti-los em caso de maus resultados.

Em diversos momentos dessa excursão, Mano demonstrou frieza ao lidar com as cobranças públicas do presidente da CBF. "Quem não suporta a pressão não pode ocupar esse cargo", disse, em Hamburgo, onde venceu a Dinamarca (3 a 1), décima colocada do ranking da Fifa.

No jogo seguinte, a equipe conseguiu sua primeira goleada na era Mano -4 a 1 sobre os EUA, em Washington-, e o técnico exibiu seu melhor semblante, que não mudou após a derrota para o México.

Em 24 jogos, Mano soma quatro derrotas, cinco empates e 15 vitórias conquistadas.

O presidente da CBF não estava presente nos dois triunfos. Juntou-se ao grupo em Dallas, na véspera do duelo com os mexicanos.

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