Equipes abrem mão de CT em Londres

Em busca de mais privacidade, conforto e isolamento, atletas e técnicos estão abrindo mão do Crystal Palace, centro de treinamento alugado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) em Londres para funcionar como a sede exclusiva do Brasil antes e durante os Jogos Olímpicos.

Segundo o COB, delegações de 12 modalidades -das 30 que já têm vagas olímpicas- confirmaram o uso das instalações para treinos.

Nem todas, porém, vão usar a estrutura completa do centro que funciona em um parque no sul de Londres, a cerca de 25 minutos de trem do centro da capital inglesa.

Além de piscina, pista de atletismo, quadras, muro de escalada e salas de musculação, o complexo conta com The Lodge, um hotel econômico de dez andares e 87 quartos, com suítes e banheiros compartilhados e preços a partir de 29 libras (cerca de R$ 90), que está sendo preterido por parte das equipes.

Das 12 delegações que vão treinar no Crystal Palace, cinco não confirmaram seu uso -entre elas basquete, vôlei de praia e natação. Segundo o superintendente técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Ricardo de Moura, os nadadores brasileiros vão ficar em outro hotel, para garantir mais conforto e tranquilidade à equipe nas vésperas dos Jogos.

O COB explica que a decisão de usar o CT exclusivo do Brasil cabe a cada uma das comissões técnicas das confederações. Dezesseis delegações já decidiram fazer aclimatação fora de Londres para ficarem mais próximas dos locais de provas, como a da vela, ou para fugir do assédio da torcida e de jornalistas.

Os 14 judocas, por exemplo, não vão passar pelo Crystal Palace e tampouco vão entrar juntos na Vila Olímpica.

Antes dos Jogos, ficam em Sheffield, a 267 km de Londres, e de lá só saem dois dias antes das próprias lutas.

"É importante para blindar a equipe e não se envolver com a empolgação", diz Ney Wilson, coordenador técnico da confederação de judô.

Segundo ele, a ideia é isolar os judocas também dos atletas que não têm chances de medalhas.

"O Crystal Palace é melhor que a Vila Olímpica pela estrutura de treino, mas quem vai apenas para competir não tem o mesmo comprometimento de quem vai por resultados", afirmou Wilson.

A equipe de tênis de mesa também optou por se preparar fora de Londres. Os atletas vão treinar em Paris, onde, segundo a confederação, já há uma parceria para usar instalações de alto nível, é mais fácil encontrar bons parceiros de treino e é próximo de Londres.

"Não teremos mais problema de jet lag, portanto, por logística, essa foi a melhor opção", informou a confederação por meio da assessoria.

As equipes de vôlei também não vão para o Crystal Palace. As seleções masculina e feminina vão treinar na escola St. Paul's Way Trust. Os atletas do Brasil vão contar com oito bases de apoio espalhadas pela Inglaterra durante os Jogos de Londres.