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Orçamento opõe Boca e Corinthians

LIBERTADORES
Primo pobre, time argentino é hexacampeão do torneio

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Há dois abismos entre Corinthians e Boca Juniors, dois gigantes de Brasil e Argentina que vão decidir a Libertadores a partir de quarta-feira.

O Boca tem experiência de sobra no torneio: foi campeão seis vezes e chegou a dez finais, o mesmo número do Peñarol, do Uruguai. O Corinthians, em sua décima participação, debutará na final.

Mas, quando o assunto é dinheiro, o Corinthians causa inveja no clube argentino.

No ano passado, o clube paulista gerou uma receita de R$ 290,5 milhões. O Boca, no ano fiscal de 2010/11, arrecadou apenas R$ 122 milhões. Os números são dos balanços financeiros dos clubes.

Para comparação: o Corinthians, em 2007, ano em que foi rebaixado, gerou mais receitas (R$ 133,7 milhões) do que o Boca em sua última temporada (R$ 122 milhões).

No último balanço parcial, referente ao segundo semestre do ano passado, o Boca amargou um prejuízo que ultrapassou os R$ 10 milhões. Esta última receita do Boca foi inferior, também, à de São Paulo, Internacional, Santos, Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Vasco e Cruzeiro.

Quando se esmiúçam os números, nota-se que 36% da receita do Boca vem da venda de jogadores -historicamente, a maneira mais fácil e rápida de fazer dinheiro.

Se não tivesse vendido atletas, o Boca teria tido prejuízo nos últimos três anos fiscais. Sem o dinheiro das vendas, o rombo em 2010/11 seria de R$ 11 milhões. Em 2008/09, R$ 28,3 milhões.

No Corinthians, este percentual, em 2011, foi de 20,6%. Pois o clube do Parque São Jorge, desde que foi rebaixado, distribuiu seus ovos em outras cestas, principalmente no pote dos direitos de transmissão de TV.

Em 2011, o Corinthians faturou R$ 112,4 milhões com direitos de TV. Foi o clube quem iniciou um levante no Clube dos 13: em 2010, havia recebido R$ 54,9 milhões.

Em Buenos Aires, o Boca Juniors recebeu R$ 28 milhões do governo argentino pelas transmissões na TV estatal no ano fiscal 2010/11.

Mas, quando o assunto é Libertadores, obsessão do Corinthians, o Boca é soberano.

Em meio à classificação para a final após o empate com a Universidad de Chile, anteontem, Riquelme, principal jogador do time, deu de ombros para o Corinthians. "Não tenho ideia, não sei se ganhou, se perdeu ou empatou", disse, quando questionado sobre o adversário.

Será a sexta vez que o Boca enfrentará um time brasileiro na decisão. Perdeu apenas uma: a primeira, em 1963, do Santos. Desde então, derrotou Cruzeiro, Palmeiras, Santos e Grêmio em finais.

Se derrotar o Corinthians, conquistará sua sétima Libertadores e empatará em títulos com o também argentino Independiente. Corinthians e Boca se enfrentaram na Libertadores de 1991 nas oitavas de final. Os argentinos eliminaram os brasileiros.

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