Amistoso fiel

Corinthians e Palmeiras chegaram à decisão da Libertadores e da Copa do Brasil e, como prêmio, vão disputar hoje um dos clássicos mais desinteressantes e despretensiosos dos últimos anos.

O jogo vale pela sexta rodada deste Campeonato Brasileiro em que nenhum dos dois venceu até aqui. O Corinthians, mandante no Pacaembu, é o lanterna, em sua pior largada em toda a história do campeonato. O Palmeiras é o 18º colocado.

Mas uma vitória ou derrota pouco vai influenciar o que realmente importa agora.

O Corinthians joga na quarta-feira contra o Boca Juniors, pelo jogo de ida da Libertadores. O Palmeiras enfrenta o Coritiba pela primeira partida da decisão da Copa do Brasil, em casa, apenas na outra semana.

Exatamente por isso Tite e Luiz Felipe Scolari deram de ombros para o Nacional. O corintiano vai escalar um time completamente reserva, enquanto o Palmeiras levará a campo uma equipe mista.

Scolari decidiu mudar a estratégia hoje. Até então, ele defendia que não vale a pena poupar jogadores: alegava que poderiam se machucar em qualquer treinamento.

Agora, finalista da Copa do Brasil, ele decidiu dar descanso para pelo menos cinco jogadores titulares.

O treinador evitou citar nomes, mas o volante João Vitor deve ser um dos beneficiados com a folga dominical. O zagueiro Thiago Heleno tem dor muscular e também deve ficar fora. Já Artur, que era dúvida, deve jogar.

"Farei isso porque alguns jogadores realmente não têm condições, por causa do excesso de jogos", disse o treinador palmeirense.

Já Tite admite que a questão é simples: prioridades. A do Corinthians, desde o começo do ano, é a Libertadores. "Não dá para ter as duas coisas [competições] ao mesmo tempo. Você precisa priorizar", declarou o treinador.

Tite, aliás, chegou a pedir que o clássico de hoje fosse adiado. "Transfiram os jogos. Para quem comanda o futebol, tenha um pouco de bom-senso. Depois, estoura um jogador, não tem como", afirmou o corintiano logo após a classificação contra o Santos, na última quarta-feira.

Caberá, então, aos reservas a missão de salvar a honra do clássico mais famoso do Estado, mas que hoje será um duelo pouco comentado.

"Entrou em campo com a camisa do Corinthians? Precisa querer ganhar", afirmou o zagueiro Marquinhos.

"A torcida não se importa se é [o time] reserva ou titular. Quando entramos em campo, não queremos perder, temos que honrar nossa camisa e buscar a vitória", completou o jogador, que novamente atuará improvisado como volante hoje.