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Corintianos só terão bilhetes na Argentina

Torcedor VIP ou que viajará de ônibus até Buenos Aires vai sem a certeza de que assistirá ao jogo no estádio

MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

O corintiano sempre sonhou em viajar para ver o time em uma final de Libertadores, mas a partida contra o Boca Juniors pode se transformar em sofrimento.

Do filiado à organizada que vai passar quase dois dias dentro de ônibus ao torcedor VIP que recebeu ligação do clube oferecendo entrada, a certeza de que estará dentro de La Bombonera só acontecerá em Buenos Aires.

O lote de 2.450 ingressos só será entregue à direção corintiana na capital argentina e vai ser dividido em três.

São 1.500 para cinco torcidas organizadas, 315 para os pacotes (com passagem e hospedagem), que foram vendidos a cerca de R$ 4,2 mil pela agência de viagem parceira do clube, e 635 para alguns dos membros mais assíduos do programa "Fiel Torcedor", que foram procurados para saber se teriam interesse em ver a partida, além de conselheiros e diretores.

Todos viajam sem a posse dos bilhetes (que custam R$ 100). Conselheiros que procuraram a diretoria ontem para saber sobre a distribuição ouviram que o diretor de arrecadação, Lúcio Blanco, teve de ir às pressas para Buenos Aires conversar com a direção do Boca Juniors.

O clube argentino quer a certeza de que terá as 2.450 entradas no duelo de volta, no dia 4, e prometeu dificultar a entrega dos ingressos para o jogo na Bombonera sem algo documentado.

Os argentinos temem que a Polícia Militar limite, em cima da hora, o setor reservado a eles no Pacaembu.

O Corinthians não tem como entregar agora os ingressos impressos do jogo de volta, mas levou garantias de que há acordo com a PM para liberar os lugares ao Boca.

CARAVANA

Na noite de ontem, 17 ônibus da uniformizada Gaviões da Fiel deixariam a sede no Bom Retiro, região central da capital, rumo a Buenos Aires.

Aqueles que enfrentarão quase dois dias de viagem terão prioridade na distribuição dos bilhetes pela diretoria da Gaviões sobre filiados que preferiram ir de avião.

Há aqueles que vão viajar à Argentina com quase certeza absoluta de que não terão como ver in loco a decisão.

"Vou sem ingresso. Como vejo muitos jogos fora, conheço algumas pessoas no Corinthians e farei plantão no hotel na quarta [amanhã]. Mas, se não conseguir vou procurar um bar, de preferência reduto do River [Plate, rival do Boca]", disse o bancário Fernando Bianchi, 29.

A diretoria corintiana faz campanha para que torcedores sem reserva de ingresso não viajem à Argentina.

Em redes sociais, corintianos reclamam que, se tivesse ocorrido um pedido assim em 1976, ano no qual a torcida invadiu o Maracanã pelo Brasileiro, contra o Fluminense, o fato não teria acontecido. Na época, os ingressos eram vendidos apenas nas bilheterias, e os corintianos chegaram cedo para comprá-los.

Quem procurasse passagem ontem à tarde para Buenos Aires encontraria somente voos com chegada quase no horário da partida, a preço de mais de R$ 1 mil.

Colaborou LEONARDO LOURENÇO, de São Paulo

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