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Palmeiras dá à Fifa poder sobre arena

2014 Por contrato, entidade pode fechar estádio para eventos e exigir obras para sede de treinos da Copa

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

O COL (Comitê Organizador Local) e a Fifa poderão derrubar e construir instalações na nova arena do Palmeiras, fechá-la para eventos e para fazer reformas até o final de 2013. E exigir que o clube pague por tudo isso.

É o que o que diz o contrato para COT (Campo Oficial de Treinamento) da Copa-2014, obtido pela Folha e assinado pelo clube alviverde no ano passado. COTs são os locais que serão usados para as práticas das seleções antes das partidas do Mundial.

O documento também foi assinado por administradores do Pacaembu, municipal, e do Canindé, da Portuguesa.

Nenhum deles receberá nada pela cessão do campo nem poderá explorar a publicidade de suas instalações. Mas há uma série de obrigações.

O dono do COT tem que, "diligentemente e às suas custas, executar a preparação do campo de acordo com os requisitos da Fifa", diz o contrato. Mais: as orientações da entidade e do comitê para o dono do campo podem ser "modificadas ou alteradas" a qualquer momento durante a validade do documento.

Os organizadores da Copa dizem que vão analisar e debater "de boa fé" se houver impacto financeiro significativo provocado pelas mudanças exigidas para os campos.

As reformas têm que ser feitas até dezembro de 2013. Quem perder o prazo será descredenciado pelo comitê. A arena do Palmeiras, em construção, ainda não tem data de conclusão. A última previsão era abril de 2013.

Se for inaugurado no ano que vem, como espera o clube, o estádio poderá ser fechado para a execução de melhorias impostas pela Fifa.

"Até esta data -ou até a finalização das melhorias-, nenhum outro evento será realizado no campo, para se evitarem atrasos na conclusão das melhorias do campo, salvo se previamente autorizado por escrito pela Fifa ou pelo COL", exige o contrato em sua cláusula 3.3.

A diretoria palmeirense admite ter aceitado esse termo, mas alega que não terá de fechar o estádio porque ele estará adaptado aos requisitos da Fifa. Mas a construção não tem sido feita levando-se em conta todas essas normas.

Certo é que de 15 dias antes do primeiro treino oficial até cinco dias após o último o COL e a Fifa têm direito exclusivo sobre o campo. Isso significa que este ficará sobre "controle integral" deles.

Só que o Palmeiras terá de pagar por manutenção, eletricidade, água, telecomunicações, medidas de segurança e pelo pessoal.

Caso as reformas pedidas não sejam executadas, COL e Fifa podem realizá-las por conta própria. Então, o clube teria de reembolsá-los.

Os organizadores do Mundial ainda podem instalar, operar, manter e remover quaisquer instalações e equipamentos para realização das sessões de treinos sem pedir autorizações ao clube. Até construções de escritórios podem ser feitas sem aval.

O clube não tem direito a receber pagamento nem pode pedir indenização por modificações. Não haverá também pagamento de aluguel. "Não haverá qualquer cobrança pelo uso do campo", afirma o contrato. O acordo é válido até dezembro de 2014.

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