Campanha expõe patrocinador que usa Jogos para ficar 'verde'

Os Jogos de Londres vêm sendo alardeados como os mais sustentáveis da história por terem transformado uma área degradada da cidade em um parque olímpico repleto de verde. Mas os organizadores da Olimpíada têm sido alvo de críticas por se aliarem a patrocinadores cujo histórico ambiental é duvidoso.

Dow, BP e Rio Tinto são acusadas de promover "greenwash", algo como propaganda ambiental enganosa.

Ativistas montaram um site (www.greenwashgold.org) no qual incitam as pessoas a votarem na empresa com pior histórico ambiental. No site, há vídeos com animações que associam eventos olímpicos com as histórias de desrespeito ambiental das empresas.

"Quem está encobrindo a destruição ambiental e devastando comunidades enquanto finge ser uma empresa cidadã por patrocinar os Jogos?", pergunta a campanha.

A Dow, que também patrocina a Rio-2016, é o maior alvo. Em 1984, a Union Carbide, comprada posteriormente pela Dow, foi responsável pelo vazamento de toneladas de gases tóxicos em Bophal, Índia, que matou milhares.

A empresa disse respeitar a liberdade de expressão dos ativistas, mas condenou as informações dadas pelo site.

"Há muitos anos os Jogos Olímpicos têm sido usados como uma plataforma para grupos protestarem", disse a Dow, via sua assessoria.

"Ações com informações desencontradas e conduzidas de maneira inadequada não são construtivas para resolver a questão ou consistentes com o espírito olímpico", completou a "Companhia Química Oficial dos Jogos".

Outra "parceira sustentável da Olimpíada" é a BP, responsável pelo maior vazamento de petróleo dos EUA. A empresa promete neutralizar a pegada de carbono dos espectadores de Londres-12.

Já a Rio Tinto fornece os metais das medalhas olímpicas. Ativistas acusam a mineradora britânico-australiana de poluir o ar no Utah e consumir água em demasia de área desértica da Mongólia.