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Espanha faz escola e bate suas cópias

EURO Equipes imitam estilo vencedor e transformam as trocas de passes curtos em característica do torneio

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O campeão europeu de 2012 é o time que moldou o estilo de jogo da competição.

O sucesso recente da Espanha, amplificado pela euforia em torno do Barcelona, criou adeptos e fez da troca intensa de passes a característica tática desta Eurocopa.

Os números provam que a influência da escola espanhola fez a bola correr de pé e pé muito mais do que antes.

Em 2008, na campanha do primeiro título da atual geração, a Fúria impressionou o continente com média de 450 passes certos por partida.

Nesta Euro, não só a Espanha, como outras cinco seleções superaram a marca.

Até a Itália, historicamente famosa por praticar um futebol vertical, de contra-ataques rápidos e poucos toques laterais, aderiu a essa moda.

Os jogadores da equipe vice-campeã abandonaram as bolas longas e tiveram média de 485 toques por partida.

Ontem, tiveram o domínio da bola durante quase todo o tempo. Só foram superados aos 40min do segundo tempo, já derrotados, e terminaram com 48% de posse.

Além da Itália, Alemanha, França, Rússia e Holanda trocaram mais passes do que a Espanha de quatro anos atrás. As duas últimas caíram na primeira fase, mostrando que copiar o estilo não basta.

Só que os bicampeões consecutivos da Europa elevaram a quantidade de passes para um outro nível em 2012.

Acertaram em média 652 toques por jogo, 45% a mais do que na campanha de 2008 e 28% sobre o feito da Holanda (509), segunda no ranking.

E usaram muitas vezes, inclusive na decisão, um esquema sem atacante de verdade. A linha mais ofensiva tinha três homens de meio de campo, David Silva, Fàbregas e Iniesta. Era quase um 4-6-0.Com Torres, Negredo e Llorente, três centroavantes, sentados como reservas.

A opção pelo controle de bola foi muito criticada.

O sofrimento que passou para eliminar Portugal na semifinal, nos pênaltis, depois de um 0 a 0 com raras chances de gol em 120 minutos, provocou uma onda de comentários de que o estilo espanhol era chato demais e já não dava mais resultados.

A goleada na decisão e as cópias de Espanha espalhadas pela Euro dizem o contrário. É um futebol que pode sim ter chegado para ficar.

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