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Motor

FÁBIO SEIXAS fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

O olho de Maria

SE HAVIA algo que funcionava muito bem no automobilismo, era a cadeia de produção de pilotos para a F-1.

Por décadas, cumpriu uma sequência lógica. Na base, o kart. No topo, a categoria dos sonhos. Entre um e outro, a seleção natural dos campeonatos regionais, nacionais, internacionais...

Quando desembarcavam na F-Ford ou na F-3 inglesas, os moleques começavam a ter os primeiros contatos com gente da F-1. Eram convidados para testes. Não raro, equipes faziam "vestibulares" entre jovens promissores.

No ano seguinte, alguns estariam batendo roda com seus ídolos. Prontos, formados. Já acumulavam quilometragem com aqueles carros.

Por alguns motivos, isso não existe mais. E, por motivos que derivam desses, Maria de Villota perdeu o olho direito depois de se chocar contra um caminhão na terça-feira.

Tudo começou a degringolar quando a F-1, por conta de sua ambição sem fim, decidiu assumir a F-3000.

Foi no final dos anos 1990, com o surgimento das equipes juniores, processo que só burocratizou a categoria-escola e tornou-a tão asséptica quanto a categoria-mãe. A GP2 acentuou essa filosofia, criando um funil antes do tempo.

Outro erro foi o fim dos testes. A intenção era nobre -reduzir custos-, mas o resultado foi desastroso. Quando uma equipe precisa de um piloto, falta mão de obra.

Maria percorreu os estágios anteriores à F-1, mas, quando chegou lá, caiu no limbo. Nunca tinha pilotado o carro e não corria de nada havia mais de um ano.

O acidente pode ter sido por pane mecânica ou eletrônica. Mas, se tivesse alguma experiência num carro de F-1, Maria poderia ter tentando minimizar as consequências.

Foi com ela, mas poderia ter acontecido com outros. Pilotos de testes na F-1 fazem de tudo, principalmente pirotecnias publicitárias. Só não testam.

Não estão prontos, não estão formados.

Que o olho de Maria faça a FIA rever esses conceitos.

F-1

DECISÃO

O GP da Inglaterra, nona das 20 etapas da temporada, será uma espécie de hora da verdade. Se Vettel repetir nos treinos e no GP o ritmo que mostrou em Valência até a quebra do alternador, torna-se favorito ao título. Do contrário, o cenário pintado será o do equilíbrio visto até aqui. E Alonso, claro, agradece. Este colunista coloca suas fichas na primeira opção.

MOTOGP

INDECISÃO

Bautista escorregou na largada, acertou Lorenzo e equilibrou a luta pelo título da MotoGP. Bicampeão em 2007 e 2011, Stoner tem agora 140 pontos, igual ao campeão de 2010. Taí uma disputa que deve continuar acirrada até o final e na qual é imprudente empenhar qualquer ficha. No domingo, em Sachsenring, na Alemanha, acontece a oitava etapa do campeonato.

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