Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Tostão

Coisas boas e ruins

Algumas coisas melhoraram no futebol brasileiro. Muitas outras precisam ser corrigidas

Foi uma grande injustiça a ausência de Thiago Silva entre os 32 jogadores que vão disputar o título de melhor da temporada na Europa. De qualquer maneira, não ter um único brasileiro na lista é mais uma evidência do desprestígio de nosso futebol. Enquanto isso, os otimistas, a turma do oba-oba e os marqueteiros acham que está tudo uma maravilha.

Seedorf sabia que era uma celebridade mundial, mas nem tanto. Foi recebido até pelo prefeito do Rio. Políticos e governos adoram fazer demagogia com atletas e com o futebol. Sempre foi assim.

Seedorf deve estar preocupado com a enorme expectativa, a de que seja um Didi, um Gerson. Por falar em celebridades, não deixe de ver a deliciosa ironia sobre o assunto, criada por Woody Allen, em seu mais recente filme, "Para Roma com Amor".

No fim de semana, os erros dos árbitros na marcação de pênaltis e nas expulsões atingiram níveis absurdos. Os comentaristas de arbitragem são muito cooperativistas e bonzinhos.

Vi também coisas boas. Zé Roberto, 38 anos, menos avançado do que nas partidas anteriores pelo Grêmio, deu uma aula sobre como jogar no meio-campo. Zé Roberto não é volante nem meia. É armador, defensivo e ofensivo. Muitos técnicos ainda não conhecem esse tipo de jogador. Só conhecem os volantes defensivos e os meias ofensivos.

Tite, Cuca, Abel e outros treinadores começam a aprender com os times europeus a formar um time compacto, com duas linhas de quatro, sem deixar muitos espaços entre elas. Ufa! Os meias ou atacantes pelos lados voltam para marcar ao lado dos volantes e avançam como pontas.

O que não justifica é colocar as duas linhas encostadas à grande área, a não ser em momentos especiais, como fez o Chelsea contra o Barcelona e o Bayern, dois times superiores. Contra o Flamengo e o Botafogo, o Fluminense fez um gol e foi jogar lá atrás. Fla e Bota pressionaram e criaram muitas chances de gol.

Outras coisas também melhoraram nos últimos anos, no futebol brasileiro. Desapareceram a marcação individual, os volantes-zagueiros, que não eram bons volantes nem bons zagueiros; e os laterais, menos os do São Paulo, estão aprendendo a avançar no momento certo.

Há ainda muitas coisas para evoluir, como diminuir o excesso de jogadas aéreas, de trombadas, de chutões, de passes longos para os companheiros marcados e de pressa para chegar ao gol.

É preciso também acabar com gramados ruins e com jogadores cai-cai, que tentam enganar os árbitros e o futebol.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.