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Com 'puxadinho', centro aquático tem pontos cegos

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Para quem tem fobia de altura, a experiência já não é prazerosa. Se for somado a isso o sonho de assistir a uma final olímpica da natação em grande estilo, a experiência do torcedor que for ao Centro de Esportes Aquáticos dos Jogos de Londres pode se transformar em um fiasco.

A arena construída para abrigar a badalada piscina desenhada pela arquiteta Zaha Hadid é bonita, sustentável e não vai se transformar em um elefante branco depois da Olimpíada.

Exatamente por esses fatores, pode não render uma boa experiência a todos os torcedores dos Jogos.

O centro aquático foi concebido para abrigar 2.500 pessoas e, posteriormente, ser utilizado pela população e também por atletas.

Porém, para a disputa da Olimpíada, a capacidade precisava ser aumentada.

Foram colocadas, então, duas arquibancadas provisórias, como abas nas laterais do complexo, que agora comporta até 17.500 torcedores.

As novas arquibancadas são muito íngremes. Subir todos degraus exige esforço.

Além disso, o teto em forma de onda cria pontos cegos para quem estiver sentado nas cadeiras na parte mais alta da arquibancadas. A Folha visitou ontem o Centro de Esportes Aquáticos, que já abriga os primeiros treinos dos atletas olímpicos.

A instalação recebe os últimos retoques, os atletas nadam sob som de furadeiras, há obstáculos por toda a parte e ainda muita poeira.

Quem estiver nas últimas fileiras de cadeiras não conseguirá ver a torcida sentada na arquibancada do lado oposto da piscina.

É possível sim ver a água, mas em alguns lugares o placar eletrônico fica escondido pelo teto em forma de onda.

Um placar menor e uma TV foram pendurados, virados para a parte superior das arquibancadas, para que esses torcedores vejam os resultados das competições.

O teto também atrapalha a visão da plataforma de saltos ornamentais. Quem sentar na última fileira não conseguirá enxergar os atletas se preparando para cair na água.

A visibilidade ruim em algumas arenas já provocou a ira de torcedores que compraram ingressos para os Jogos.

De acordo com o jornal "The Telegraph", espectadores que compraram os ingressos mais caros para competições como a natação e o atletismo ficaram desapontados com a localização de seus assentos. A compra dos bilhetes é feita no escuro.

Em todos os Jogos Olímpicos, os melhores lugares nas arenas são destinados a atletas, dirigentes, imprensa, patrocinadores, autoridades e convidados do Comitê Olímpico Internacional.

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