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Iziane volta a ser cortada da seleção

2012 Ala-armadora é punida por levar namorado para dormir na concentração e fica fora de sua 2ª Olimpíada

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A ESTRASBURGO

Considerada uma das mais talentosas atletas do basquete brasileiro hoje, a ala-armadora Iziane, 30, foi cortada da segunda Olimpíada pela mesma razão: indisciplina.

A decisão foi anunciada pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete) ontem, a oito dias da estreia nos Jogos de Londres. O primeiro compromisso do Brasil é no sábado que vem, contra a França.

O técnico Luiz Cláudio Tarallo terá apenas 11 jogadoras à disposição, uma vez que não há mais tempo para inscrever outra atleta nos Jogos.

Iziane infringiu as regras da CBB ao levar seu namorado para dormir com ela no quarto do hotel em que a seleção se concentra nesta semana em Lille, na França.

"Sei que essa atitude foi inadequada e que esta sanção pune não só a mim quanto todo o trabalho que realizamos nesses meses e ao longo desses anos", afirmou a jogadora, que se desculpou e pediu para ser reintegrada.

"Nós temos regras, a Iziane quebrou [a regra] e por isso foi punida", explicou Hortência, diretora de basquete feminino da confederação.

Quatro anos atrás, Iziane ficou fora dos Jogos de Pequim após se recusar a entrar em quadra no final de um jogo do Pré-Olímpico Mundial.

Como resultado, o então técnico da equipe, Paulo Bassul, não incluiu a ala-armadora na lista de atletas que foram àquela Olimpíada.

Bassul deixou a seleção no ano seguinte. Iziane voltou.

Participou do Mundial de 2010, na República Tcheca, chegando 48 horas antes da estreia porque estava disputando as finais da WNBA, a liga profissional dos Estados Unidos, pelo Atlanta Dream.

A atleta pediu dispensa do Pré-Olímpico do ano passado para, mais uma vez, se dedicar ao seu time na WNBA. Apresentou-se para jogar o Pan de Guadalajara, mas fracassou junto com a seleção, que só conquistou o bronze.

Em fevereiro, voltou a causar polêmica ao afirmar à Folha que, entre os Jogos de Londres e um bom contrato na liga dos EUA, preferia a segunda opção. "O prestígio da Olimpíada não vai pagar minhas contas no final de cada mês", justificara à época.

Mudou de opinião quando viu que não chegaria a um acordo com o Seattle Storm.

Até o meio do ano, ela defendeu o time que montou em sua cidade, São Luís (MA).

Hortência chegou a mudar o sistema de pagamento de diárias das atletas para que Iziane se dedicasse à seleção. Criou três grupos de jogadoras e as dividiu de modo que as mais experientes e talentosas receberiam mais.

"O primeiro grupo recebe R$ 300, e o terceiro, das mais jovens, R$ 100", exemplificou à época da convocação da seleção, em abril. Os valores reais não foram revelados.

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