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Barco produzido nos EUA vira febre e equipa 13 das 16 duplas da star

VELA
Robert Scheidt e Bruno Prada estão entre os que irão usar os PStars em Weymouth

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Nestes Jogos, a disputa da classe star terá uma peculiaridade. Diferentemente da última Olimpíada, quase todas as duplas competirão com o mesmo barco.

O PStar é a febre do momento. Das 16 embarcações que estarão na disputa em Weymouth, 13 foram construídas no mesmo estaleiro nos EUA. Favoritos ao ouro, os brasileiros Robert Scheidt e Bruno Prada estão entre os que adotaram o novo barco.

"Nossos principais adversários também vão velejar no PStar. Isso é ótimo para mim que, por ter vindo da laser, estou acostumado a competir com barco igual ao de todos. Então, a diferença na disputa será dada pela execução mesmo", afirmou Scheidt.

A star é uma das classes que permitem variações, ainda que pequenas, no desenho da embarcação. Ao que parece, um ex-velejador alemão da classe, Mark Pickel, conseguiu atingir a máxima eficiência dentro dos limites impostos pelas regras da star.

O embrião do projeto surgiu em 2002. O barco chegou a fazer sua estreia olímpica em Pequim-2008, mas fracassou com os ventos fracos.

"Os dois barcos construídos para a Olimpíada de 2008 são um pouco diferentes dos atuais. Foram modificados para os ventos fracos da China", disse por e-mail Jon VanderMolen, que iniciou uma parceria com Pickel em 2009.

No início do ciclo olímpico, o barco, que passou a ser produzido nos EUA, começou então a chamar a atenção.

"A gente viu que tinha uns velejadores medianos ganhando competições e queríamos saber que barco era aquele", conta Prada.

A partir de então, uma avalanche de pedidos do mundo inteiro se sucederam. Prada e Scheidt, por exemplo, tiveram que entrar em uma lista de espera de alguns meses.

Também começaram os boatos de que, a exemplo do que faziam os outros estaleiros, o PStar pudesse estar sendo desenvolvido sob demanda para alguns velejadores.

"Ao contrário dos rumores, só temos um projeto e todos os PStars construídos nos EUA são exatamente os mesmos", diz VanderMolen.

Concebido na Universidade de Kiel, na Alemanha, o PStar foi desenvolvido em tanques de hidrodinâmica, usando um avançado estudo de CFD (sigla em inglês para dinâmica dos fluidos computacional). Eric Wolf, especialista em CFD com experiência na Americas Cup e na Regata de Volta ao Mundo, liderou a equipe de design.

"A concepção básica do PStar era chegar ao comprimento máximo da linha de água permitido pelas regras", explica VanderMolen.

Com a máxima linha de água seria possível atingir assim a máxima velocidade.

"Eles conseguiram aliviar o peso nas pontas do barco, concentrando peso no meio. Você consegue transpor as ondas de uma forma mais suave. É um barco fora de série", completou Prada.

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