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Linha-dura

Contra doping e danos a imagem de suas equipes e patrocinadores, países criam códigos de comportamento e vigiam seus atletas olímpicos para evitar gafes e deslizes

David Gray/Reuters
O nadador Michael Phelps treina no Centro de Esportes Aquáticos
O nadador Michael Phelps treina no Centro de Esportes Aquáticos

MARIANA LAJOLO
RODRIGO MATTOS
ENVIADOS ESPECIAIS A LONDRES

Todos os passos são vigiados de perto: o que você come, aonde vai, o que veste, o que fala, como se comporta, o que tuíta. Qualquer deslize pode comprometer a reputação da equipe, do país, desagradar aos patrocinadores.

Num negócio que envolve bilhões de dólares, o comportamento dos atletas é controlado com cuidado pelos comitês olímpicos nacionais.

As potências têm códigos de conduta para serem seguidos à risca. A pena chega até a exclusão dos Jogos. O Brasil segue a mesma linha.

São regras que visam evitar conflitos internos, problemas com patrocinadores e até mesmo casos de doping.

No código de conduta da Austrália, são proibidos bullying e discriminação por sexo. Medidas cautelosas de um time que está vacinado.

A nadadora Stephanie Rice perdeu patrocínio da Jaguar após fazer comentário homofóbico no Twitter. Nick D'Arcy, também da natação, foi expulso do time em 2008 por arranjar briga em um bar.

Os EUA não vetam redes sociais, mas orientam os atletas. "Eles sabem que o que é colocado lá é público", afirma Patrick Sandusky, diretor de comunicação do comitê.

Na Austrália, a vigilância é tanta que dirigentes podem, inclusive, abrir bolsas e armários de atletas para procurar por drogas ou doping.

"Mas só fazemos isso se houver uma denúncia anônima", afirma o diretor de comunicação Mike Tancred.

No Brasil, atletas só deixam a Vila Olímpica e instalações da delegação com autorização do chefe de equipe. Menores de idade só podem passear acompanhados por responsáveis maiores.

Ninguém pode fumar.

Os EUA colocam em seu manual o processo de julgamento de atletas denunciados: as penas vão de ficar fora da cerimônia de abertura ou perder o direito de receber visitas na Vila até expulsão.

O que os esportistas ingerem também é controlado. Além do "é proibido usar doping", os australianos baniram o remédio para dormir Stanox, que provocou alucinações no nadador Grant Hackett em Pequim-2008.

O consumo de álcool em demasia também é vetado. A Rússia avaliou que excesso nas festas nos Jogos de Inverno de Vancouver-2010 provocou queda de rendimento. E neste ano baniu o álcool.

Além de regras de conduta, os chineses mexeram também na dieta de seus atletas.

Eles estão proibidos de comer carne vermelha em seu próprio país para minimizar riscos de contaminação por clembuterol, substância usada para tratar problemas respiratórios que tem efeito anabolizante em animais.

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