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Edgard Alves

O vazio do velódromo

A equipe de ciclismo do Brasil participa da Olimpíada de Londres com nove ciclistas, nenhum deles nas disputas de pista, para as quais não obteve classificação. Tempos atrás isso não causaria estranheza, mas hoje é diferente.

Vamos aos fatos: no Pan do Rio, ao custo de R$ 14 milhões, foi inaugurado o velódromo de Jacarepaguá, que, após aquela competição, passaria a ser um centro de treinamento de alto nível da modalidade.

Ocorre que não só essa proposta fracassou, como a discussão no momento trata da demolição daquela praça para a execução de obras da Olimpíada do Rio. Outro velódromo terá de ser erguido para 2016.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, manifestou-se contra a derrubada, especialmente porque a obra foi bancada com recursos públicos. No formato atual, o velódromo não atende às exigências olímpicas.

Na opinião dele, autoridades esportivas e arquitetos devem buscar uma alternativa, adaptações. E destaca que lá funcionam ainda centros de treinamento de ginástica e taekwondo. Uma TV também usou o local para gravação de novela.

As contradições são evidentes. Isto posto, depois de cinco anos da inauguração do velódromo do Pan, o Brasil entra numa Olimpíada sem ciclistas de pista, mesmo que fosse somente para ganhar experiência, etapa importante na formação dos novos valores, aqueles que deverão representar o país nos Jogos em casa, já que o anfitrião tem vagas asseguradas nas disputas.

Informações que correm pela mídia vislumbram projetos ambiciosos, com respaldo de indústrias do ciclismo e contratação de especialistas estrangeiros, na tentativa de um salto para o alto nível. Um exemplo que pode servir de espelho é o da equipe do Reino Unido, promotor desta Olimpíada e que tem no ciclismo o seu carro-chefe na luta por medalhas.

Na última Olimpíada, o time britânico ganhou oito medalhas de ouro, quatro de prata e duas de bronze. E, no domingo, o êxito do projeto britânico ultrapassou a barreira olímpica quando Bradley Wiggins, o campeão de estrada em Pequim-2008, converteu-se no primeiro britânico a ganhar a tradicional Volta da França, que completou sua 99ª edição.

Ele era especialista em provas de pista e, posteriormente, foi para a estrada. Wiggins, 32, é fruto de um país que organizou o ciclismo. Adotou um programa que busca talentos de 14 anos e os leva para um centro de treinamento em Manchester, o caminho rumo ao pódio.

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