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Tostão

Estou otimista

A seleção olímpica, pela atitude tática, é a maior favorita

Citei, em outra coluna, o que precisa mudar na maneira de jogar do futebol brasileiro e o que melhorou nos últimos anos.

Uma delas tem sido o desaparecimento progressivo dos volantes-zagueiros. Estes, em vez de jogarem e marcarem no meio-campo, correm para trás para tentar ser um terceiro zagueiro. Ficam perdidos, no meio do caminho e sem ação. Muitos times ainda jogam dessa forma.

O Cruzeiro, nos dois últimos jogos, e o São Paulo, na partida anterior e nas duas sob o comando de Milton Cruz, atuaram com três autênticos zagueiros. O volante Leandro Guerreiro, no Cruzeiro, jogou de zagueiro, e não de volante-zagueiro.

Como Ceará e Marcelo Oliveira atuaram de laterais, e não de alas, o time ficou mais defensivo, com sete jogadores marcando no próprio campo. Assim tem dado certo.

O São Paulo melhora com três zagueiros, porque Douglas e Cortez são ruins como laterais e bons como alas. Os dois, quando atuam de laterais, em vez de marcar na linha dos zagueiros, marcam na dos volantes. Deixam muito espaço nas costas. E a culpa era sempre de Casemiro.

Na Copa do Mundo de 2002, Edmílson se alternou nas funções de zagueiro e de volante. Fazia uma coisa ou outra, dependendo se o adversário tinha um ou dois atacantes. Ele não era um volante-zagueiro.

Durante muitos anos, os volantes-zagueiros, criação brasileira, proliferaram, porque tinham a função de fazer a cobertura dos laterais. Como hoje muitas equipes atuam com dois jogadores pelos lados, os laterais não precisam avançar tanto. Com isso, não há necessidade de ter um terceiro zagueiro ou um volante-zagueiro para ser secretário do lateral.

A seleção e os quatro melhores times do Brasileirão jogam com dois zagueiros, dois laterais e dois volantes, que são jogadores de meio-campo. Os europeus atuam dessa forma há muito tempo.

Em outra coluna, ironizei os otimistas, os que acham que está tudo ótimo, mesmo quando está tudo errado. Não é o caso da seleção olímpica. Por causa da atitude tática e, principalmente, por ser quase a seleção principal, o Brasil é o maior favorito para ganhar a medalha de ouro. Estou otimista.

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