Índice geral Esporte
Esporte
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Quero ser grande

Emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China ignoram crise e investem pesado para impressionar em Londres

Ministro do Esporte critica projeção de 15 pódios feita pelo COB e, com investimento recorde, cobra 20 medalhas

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

Após investimentos do governo federal de quase R$ 1 bilhão nos últimos quatro anos na preparação da equipe nacional, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) considerou modesta a estimativa de 15 medalhas estabelecida pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para o país nos Jogos Olímpicos de Londres.

Para Rebelo, o investimento justifica o Brasil planejar voos maiores: 20 medalhas.

"O COB faz uma projeção de 15 medalhas. É uma projeção compatível com o nosso desempenho na Olimpíada de Pequim, mas creio que, com os investimentos públicos que foram aportados no esporte de alto rendimento e na infraestrutura ao longo dos últimos quatro anos, nós podemos sonhar com 20 medalhas", disse o ministro.

Não é a primeira vez que Rebelo critica o COB. Na semana passada, o ministro disse que o governo iria usar as "brechas" para democratizar as entidades esportivas, já que "não faz sentido a perpetuação de dirigentes". Carlos Arthur Nuzman comanda a entidade há 17 anos.

Desde 2009, só o ministério investiu em convênios (R$ 200 milhões), renúncia fiscal (R$ 433 milhões) e gastos diretos (R$ 333 milhões), num total que chega quase à casa de R$ 1 bilhão.

Além disso, o COB recebeu de dinheiro público, por verbas da loteria, mais de R$ 421 milhões. A média anual foi de R$ 140 milhões, contra R$ 89 milhões em 2007 e 2008.

Isso sem contar os patrocínios estatais para confederações e atletas. Na comitiva brasileira de 258 competidores em Londres, cerca de 40% recebem bolsa-atleta.

COB NÃO COMENTA

Procurado ontem pela Folha, o COB não quis comentar as declarações do ministro. No início do mês, quando foi à Câmara falar de Londres-2012, Carlos Arthur Nuzman afirmou que não existe relação direta entre investimento e medalhas.

"Não há questão matemática de recursos e número de medalhas. Temos que ver o que os outros investem e a melhoria de todos", disse.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.