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Às vésperas de novo incentivo, governo cobra mais pódios

Em Londres, ministro do Esporte amplia recados ao COB antes de anúncio de recursos para atletas

LEANDRO COLON
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Com o aval da presidente Dilma Rousseff e de olho em 2016, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, endureceu o discurso em Londres cobrando, pela segunda vez em menos de dois dias, aumento no número de medalhas do país.

A atitude de Rebelo se deve principalmente ao anúncio que Dilma fará de um novo plano de incentivo a atletas em agosto, após o fim dos Jogos. Em troca, como país-sede, ela quer cobrar metas de medalhas do COB.

"Em 2016, temos uma responsabilidade maior. Nosso desempenho em medalhas tem que ser compatível", disse ontem o ministro. "Quanto mais recursos, maiores as cobranças da sociedade."

A cobrança na chegada a Londres, iniciada com uma declaração semelhante em Brasília, é dirigida veladamente ao presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman.

Ele mantém uma relação protocolar com Dilma e Rebelo. Nuzman, por exemplo, tinha mais afinidade com o ex--ministro Orlando Silva, que saiu a pasta em 2011.

Para a cúpula do governo, incluindo Dilma, Nuzman tem, no comando do COB, as características centralizadoras que Ricardo Teixeira possuía como presidente da CBF.

É um cenário que, na avaliação interna do Palácio do Planalto, pouco contribui para o diálogo. Segundo Rebelo, o governo estima a possibilidade de conseguir 20 medalhas em Londres, contra a previsão de 15 feita pelo COB.

Dilma, Aldo e Nuzman devem se encontrar hoje na inauguração da Casa Brasil, espaço criado para promover a Olimpíada do Rio de 2016.

Não é só o Ministério do Esporte que está insatisfeito com o COB. Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avisou que pretende negociar com Nuzman o uso da palavra "olimpíada" nas "Olimpíadas do Conhecimento", promovidas pelo governo em escolas públicas.

Segundo Mercadante, entidades ligadas ao COB têm tentado criar problemas no uso da expressão sob o argumento de que só deveria ser usada em relação aos Jogos.

A ideia do governo é que as "Olimpíadas do Conhecimento" façam parte da programação dos Jogos de 2016. De 2009 até hoje, o ministério investiu quase R$ 1 bilhão.

Procurado, Nuzman não comentou as novas declarações. O cartola tem dito que não se pode vincular investimentos no esporte à conquista de medalhas olímpicas.

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