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Baiano conserta persianas, vira suíço e está nos Jogos

Peter Schneider - 7.jul.12/Efe
Bellaguarda, de vermelho, em jogo na Suíça
Bellaguarda, de vermelho, em jogo na Suíça

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Com sotaque baiano carregado e falando pausadamente para lembrar as palavras em português, o brasileiro naturalizado suíço Jefferson Bellaguarda celebra sua estreia olímpica, aos 35 anos.

"É maravilhoso estar aqui. É um sonho que tinha morrido e renasceu", diz o atleta do vôlei de praia, parceiro de Patrick Heuscher. Os dois são do mesmo grupo de Emanuel e Alison na Olimpíada e os enfrentarão na terça-feira.

Bella, como é conhecido no Brasil, enfrentou longos cinco anos longe da areia.

Após se casar com uma suíça e se mudar para o país europeu em 2004, abandonou o esporte. Precisava achar um emprego. "Fui para lá sabendo que minha carreira no vôlei de praia tinha acabado."

Como não dominava a língua alemã, passou a trabalhar na montagem e no conserto de persianas. "Meu chefe me pedia o martelo, e eu dava a chave de fenda, o alicate. Não entendia nada."

Foram cinco anos trabalhando com persianas até que decidiu se arriscar novamente em torneios pequenos.

Em 2009, Bella chamou a atenção de Martin Laciga, vice-campeão mundial em 1999. O suíço o convidou para fazer uma parceria. Bella aceitou na hora. "Não tinha como deixar escapar."

Logo a dupla obteve bons resultados, e a federação suíça ajudou o baiano a acelerar a naturalização. Em 2010, Bella encerrou a parceria com Laciga e se uniu a Heuscher.

Para a Olimpíada, suas pretensões não são ousadas.

"Já consegui o mais difícil, que era chegar aqui, mas, se a sorte estiver do nosso lado, podemos surpreender", afirma o baiano, que não cogita retornar ao Brasil.

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