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Após encolher, seleção enfrenta gigantes

FUTEBOL Belarus, 2º adversário da equipe de Mano Menezes na Olimpíada, tem 1,86 m de média de altura

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MANCHESTER

Mano Menezes pode acrescentar mais uma à sua já extensa lista de preocupações.

A seleção brasileira enfrenta hoje, às 11h (de Brasília), a equipe mais alta inscrita no torneio olímpico de futebol.

O rival em questão é Belarus, cujos 18 jogadores que estão na Olimpíada têm em média 1,86 m. Só há dois atletas no elenco com menos de 1,80 -e ambos têm 1,79 m.

Se vencer hoje em Manchester, no mítico estádio Old Trafford, o Brasil praticamente assegura sua classificação.

Belarus também venceu na estreia, fez 1 a 0 na Nova Zelândia, rival da seleção na quarta-feira, pela última rodada da fase de grupos.

O confronto contra os gigantes ocorre no momento em que a seleção encolhe. Em relação à era Dunga, o porte físico perdeu importância.

Jogadores grandes como Maicon, Kaká e Luís Fabiano perderam espaço. As esperanças do time nacional agora são Neymar (1,74 m), Marcelo (1,73 m) e Oscar (1,79 m).

A equipe titular de Dunga na Copa da África do Sul tinha 1,83 m de altura. A atual tem 2 cm a menos em média.

"Jogo na Inglaterra, então estou acostumado a enfrentar caras grandes", disse Rafael, 1,72 m, o menor do time.

O técnico lembra bem que o único gol anotado por Belarus na Olimpíada foi justamente após um escanteio.

"Trabalhamos bem os fundamentos, como escanteios e bolas paradas, estamos atentos a isso", disse Mano.

A seleção encolhe na contramão do que faz a maioria dos clubes brasileiros, que exige altura mínima dos garotos que tentam a base.

"Passamos muito tempo formando jogadores para vender ao mercado europeu", comentou o Mano. "Mas nossa característica determinante sempre foi a qualidade técnica", disse. "A Espanha também mostrou que se pode trabalhar com outros critérios."

O treinador tem mais preocupações para o jogo contra Belarus. Na estreia diante do Egito, o Brasil venceu por 3 a 2, mas exibiu grandes defeitos, sobretudo no segundo tempo, com e sem a bola.

Não foram poucas as vezes em que Rafael e Marcelo tiveram que voltar correndo à defesa, desesperados para tapar buracos às suas costas.

"Existe hora para apoiar e hora para ficar", disse Mano, numa bronca pública em seus laterais. "O apoio só se justifica se houver um benefício no fim da jogada. Senão, é porque tem algo errado."

O zagueiro Thiago Silva admitiu que o time fica exposto às vezes. "Os nossos laterais são muito ofensivos, precisamos acertar isso com os volantes", disse o capitão.

O posicionamento dos titulares do setor, Sandro e Rômulo, também tira o sono do treinador Mano Menezes.

"Nossos volantes jogaram abertos, e você precisa ter volantes centrais. Tomamos o segundo gol por falta de alguém ali", avaliou o técnico.

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