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Estresse

Leandrinho confessa tensão, erra, leva bronca de Magnano e fica aliviado com triunfo do Brasil no primeiro jogo olímpico em 16 anos

DANIEL BRITO
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Existem pelo menos duas maneiras de perceber se o ala- -armador Leandrinho, 29, atravessa um momento estressante. A primeira é vendo-o atuar em quadra. A outra, ele estampa no rosto.

Na primeira partida da seleção em uma Olimpíada desde Atlanta-1996, ontem, contra a Austrália, foi possível verificar as duas maneiras.

Ele deixou a quadra como o cestinha brasileiro na vitória por 75 a 71, com 16 pontos. Mas cometeu erros crassos no último minuto, que quase custaram o triunfo brasileiro.

Mas é na sobrancelha direita que Leandrinho expõe, ainda que involuntariamente, seu nervosismo. Os curtos fios de cabelo da região estão rareando, revelou o jogador à Folha, por estresse.

"Meu pai não era careca, só está caindo cabelo na sobrancelha, acho que é cabeça mesmo [psicológico]. Procurei um médico nos Estados Unidos, ele me disse que é estresse. Não estou tratando, vai nascer de novo", disse.

"Acho que foi da temporada passada na NBA", apontou, após a vitória de ontem.

Ele atravessa um momento de indefinição na carreira. Como "free agent" (expressão em inglês para designar o atleta livre para negociar com outros clubes), seu nome não está envolvido publicamente em transação com nenhum grande time da NBA.

Leandrinho iniciou a temporada 2011/12 no Toronto Raptors. Terminou no Indiana Pacers. Na foto do último time que defendeu, a sobrancelha direita está completa.

No início da preparação olímpica, em junho, em São Paulo, o ala afirmara que queria atuar em uma equipe com chances de chegar aos play-

offs e estudava propostas de sete franquias. Nenhuma, porém, concretizada até agora.

Antes de se juntar à seleção, há quase dois meses, sofreu com a incerteza da participação na Olimpíada porque pedira dispensa da seleção que conquistara a vaga no Pré-Olímpico na Argentina.

Ficou de fora de três dos 11 jogos preparatórios porque a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) não havia pago seu seguro contra lesões.

Ontem, revelou toda a sua angústia antes da estreia. "Estava nervoso demais. Quando entrei na quadra, olhei, me deu um negócio, uma coisa diferente por dentro, inexplicável."

Em quadra, a 39 segundos do fim e com o Brasil liderando por 73 a 69, desperdiçou contra-ataque ao cometer uma falta mesmo com a posse de bola. Segundos antes, perdera um arremesso de três pontos que não acertou o aro.

Levou seguidas broncas do técnico Rubén Magnano. Ao fim do jogo, com o triunfo brasileiro, ganhou do pivô e amigo Nenê um abraço e um afago na cabeça. "Agora saiu, a 'nhaca' saiu", disse sorrindo. O Brasil joga amanhã, às 12h45, contra a Grã-Bretanha.

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