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Nem rezando

Equipe feminina de ginástica tem maior fracasso desde Atlanta-1996 e é eliminada no individual e no coletivo em todas as provas

Dylan Martinez/Reuters
Ethiene Franco ora enquanto Harumy Freitas se apresenta na trave
Ethiene Franco ora enquanto Harumy Freitas se apresenta na trave

DO ENVIADO A LONDRES

A ginástica brasileira feminina protagonizou ontem o seu maior fracasso desde Atlanta-1996.

A equipe de mulheres, coletiva e individualmente, foi eliminada de todas as provas. Assim, não atingiu nenhuma final -o que não ocorria há 16 anos. Ficou em 12º na classificação, último lugar entre os competidores.

O fiasco foi resultado de turbulências e contusões em sua preparação olímpica, além de um time envelhecido. A ginasta Daiane dos Santos, 29, por exemplo, fez sua última participação nos Jogos e vai se aposentar.

Ela se tornou o principal destaque do time brasileiro quando Jade Barbosa foi cortada da delegação por problemas de patrocínio. Em Londres, a equipe sofreu mais duas baixas com as lesões de Laís de Souza e Adrian Gomes.

Sem elas, a equipe brasileira teve quedas no ginásio de North Greenwich durante a classificação.

Daniele Hypólito, 27, repetiu o irmão e se desequilibrou no solo. Harumy de Freitas, 17, substituta de última hora, caiu na trave de equilíbrio.

"Não foram poucas turbulências. E o que passei [queda do irmão Diego Hypólito] não foi fácil. Somos muito ligados. O dia foi difícil", explicou Daniele.

Individualmente, Daiane dos Santos até fez uma série de solo sem erros. Mas a dificuldade dos movimentos foi reduzida justamente para que não houvesse falhas.

Resultado: ela ficou em 17º lugar, fora do grupo das oito classificadas à final.

Ao ser questionada sobre se prolongaria sua carreira, Daiane descartou a Rio-2016.

"Vou cumprir meu contrato com o Pinheiros. A partir de dezembro, estou desempregada. Queria ajudar essas meninas de outra forma", declarou a ginasta.

E defendeu Harumy. "Ela só tem 17 anos. Foi jogada em uma fogueira. Era para se preparar para a Rio-2016", disse.

Mais bem colocada na classificação individual, a russa Victoria Komova também tem 17 anos -e não há nenhuma acima de 25 anos entre as melhores do individual geral.

Há atletas com mais idade classificadas nos aparelhos, mas são exceções.

Desde Sydney-2000, o Brasil vinha classificando ginastas às finais, iniciando então com Daniele. Desta vez, ela e as companheiras também ficaram longe da decisão do individual geral.

Nesses 12 anos, o investimento no esporte cresceu, mas o desempenho piorou. A CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) conta com patrocínio da Caixa Econômica Federal e desembolsos extras do governo federal.

(RODRIGO MATTOS)

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