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Após falha em cronômetro na semi, esgrimista não aceita derrota e fica por quase 1 hora parada na pista

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Por quase uma hora, todos os olhares do público presente na Arena ExCel, sede da esgrima, ficaram voltados para uma pista quase vazia.

Não havia um combate, nem mesmo duas esgrimistas. Apenas uma atleta combalida, sentada na pista e de cabeça baixa, alternando choro e gestos de desespero.

A sul-coreana Shin A-lam, 25, aguardava o resultado de uma apelação feita pelo seu treinador. Uma última tentativa de se classificar para a final da espada individual.

Deixar a pista antes de a apelação ser julgada significaria, segundo o regulamento do esporte, aceitar a derrota para a alemã Britta Heidemann. Ou seja, desistir.

Shin reclamava que o toque que definiu a semifinal foi dado quando a prorrogação já deveria ter terminado.

As duas esgrimistas haviam empatado por 5 a 5 no tempo normal. Quem acertasse o primeiro golpe no tempo extra ficaria com a vaga na decisão. A sul-coreana tinha a vantagem do empate.

Durante 59 segundos da prorrogação, as combatentes só conseguiram dar toques simultâneos, que não validaram pontos. Só no último segundo da luta, essa situação aconteceu duas vezes. E então o cronômetro zerou.

Mas foi falha da organização. E o relógio voltou a apontar um segundo para o fim do combate. Suficiente para o golpe final de Heidemann.

"Os sul-coreanos protestaram que não faltava um segundo cheio para o fim da luta e que o tempo restante real não possibilitaria o toque da alemã. Mas o cronômetro da esgrima não tem décimos ou centésimos de segundo, então teve que voltar um segundo cheio", explica o chefe da equipe brasileira de esgrima, Alexandre Teixeira.

"Quem sabe agora, com essa polêmica, não decidam colocar cronômetros mais precisos para nós", completa.

Derrotada agora nos bastidores, Shin ouviu a torcida pedindo em coro para que ela ficasse quando, enfim, deixou a pista de esgrima.

Voltou pouco depois para lutar pelo bronze. Mas perdeu de novo, para a chinesa Yujie Sun. Heidemann também foi derrotada, e o ouro foi para a ucraniana Yana Shemyakina.

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