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A taça quebrou

Dias após vencer a Libertadores, Corinthians expõe, divulga, carrega, danifica e reconstrói o histórico troféu, de posse transitória

LEONARDO LOURENÇO
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O Corinthians levou 35 anos para ganhar a taça Libertadores. E 17 dias para quebrá-la. Mas já a consertou.

De posse transitória, o troféu mais cobiçado da história corintiana está em exposição no memorial do clube desde o dia 13 de julho. No fim de semana do dia 21, ele quebrou: perdeu o futebolista que adorna o seu topo.

No dia 22, domingo, o Corinthians levou o troféu para a festa de uma de suas torcidas organizadas, onde o objeto passou por várias mãos, conforme revelam fotos publicadas no Facebook.

As fotos feitas pelo Instituto Lula, no dia 23, segunda, mostram a taça Libertadores, confeccionada em uma joalheria peruana em 1959, sem o pequeno jogador no alto. O clube levou o objeto para o ex-presidente Lula e lhe entregou uma réplica.

O Corinthians correu para consertá-la na terça-feira pela manhã em uma prataria da cidade. Enquanto isso, centenas de corintianos formavam fila no memorial do Parque São Jorge para vê-la.

Oficialmente, os funcionários do memorial diziam que a taça estava passando por uma sessão de fotos, o que explicaria o seu atraso. Mas, na verdade, funcionários se apressavam para trazê-la de volta após ser restaurada.

O Corinthians confirma o dano que a taça sofreu, mas não revela onde e como ocorreu. E minimizou seus danos. Segundo sua assessoria de comunicação, o clube entrou em contato com a Conmebol para comunicar o dano antes de restaurá-la em São Paulo.

Desde a conquista, no dia 4 de julho, o troféu da Libertadores já foi visitado por mais de 17 mil pessoas. A média mensal de visitas no memorial, segundo o Corinthians, é de 2.000 pessoas.

O histórico troféu, que transita pelos clubes da América do Sul desde a criação da Libertadores, em 1960, já sofreu vários acidentes, segundo relata o colunista da Folha Rodrigo Bueno.

"Não foi a primeira vez que ela quebrou. Foi alterada e judiada a vida toda", conta. Em 2004, após ser conquistada pelo Once Caldas, da Colômbia, o troféu sofreu sua maior destruição. A Conmebol, então, o enviou a Santiago, no Chile, para restaurá-lo.

O valioso troféu, feito de prata e madeira, foi restaurado pelo artista Juan Pablo Rosel. "Mas inverteram o posicionamento do corpo do futebolista: passou a chutar a bola com a perna esquerda", diz Bueno. A Conmebol percebeu o erro e o corrigiu.

A taça tem mais de um metro e pesa cerca de 20 quilos. A base, de madeira, cresceu ao longo da história para que coubessem as pequenas placas de todos os campeões.

No topo, o globo que carrega o pequeno atleta traz a inscrição "Copa Libertadores" e os brasões dos países sul-americanos desenhados.

Segundo Flávio Ferrari Júnior, diretor cultural do Corinthians, ela ficará exposta no memorial por 45 dias contados a partir de 13 de julho.

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