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Campanha tenta tornar esporte mais conhecido

VÔLEI
Federação põe estátuas de ídolos em arena e incentiva torcida

Lalo de Almeida/Folhapress
Estátua do brasileiro Emanuel no palco do vôlei de praia em Londes
Estátua do brasileiro Emanuel no palco do vôlei de praia em Londes

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

"Aqui não é Wimbledon. Vocês têm permissão para fazer barulho!", grita entusiasmado no alto-falante o animador de torcida do Horse Guards Parade, sede do vôlei de praia em Londres.

Mesmo sem estarem familiarizados com a modalidade, os torcedores ingleses, que lotam a arena, vibram com a liberdade concedida.

O vôlei de praia e o vôlei podem não querer ter a torcida sisuda do tênis, mas invejam sua popularidade. Tanto que pretendem usar a Olimpíada como trampolim para alcançarem o mesmo status de esportes olímpicos considerados mais nobres, como o próprio tênis, o basquete, o atletismo e a natação.

Para isso, a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) convenceu o COI (Comitê Olímpico Internacional) a permitir que faça durante os Jogos uma campanha de marketing voltada para a divulgação de suas modalidades.

O grande ícone da campanha "Heroes" são as estátuas gigantes dos ídolos espalhadas ao redor da Horse Guards Parade e do Earls Court, sede do vôlei.

Todos os dias, torcedores se revezam à frente da réplica de Gamova, Emanuel ou Walsh para tirar fotos.

"O vôlei e o vôlei de praia cresceram muito na última década, mas o que faltava era a valorização do ídolo. Agora, estão seguindo os exemplos da F-1, do tênis, porque é assim que se faz o esporte", afirmou o brasileiro Emanuel, ouro em Atenas-2004.

Nas arquibancadas, o grande modelo é o basquete. O locutor interage com a torcida e a incentiva a fazer gracinhas -tocar tambor, dançar- para o telão.

Nem o prefeito de Londres, Boris Johnson, foi poupado. Ontem, ele foi estimulado pelo locutor do Horse Guards Parade a puxar uma "ola".

"É importante que o vôlei e o vôlei de praia tenham uma imagem 'cool' para as novas gerações de atletas e fãs", disse Guido Betti, diretor de marketing da FIVB.

Aparentemente, a estratégia tem dado certo. O vôlei tem lotado os 15 mil assentos do Earls Court durante quase todo o dia. Os jogos de vôlei de praia tiveram a segunda maior demanda por ingressos -perdendo só para os 100 m- na Grã-Bretanha.

Evidentemente, muito deste sucesso se deve ao Horse Guards Parade, incrível arena temporária encravada entre os principais pontos turísticos da cidade, e à escassez de tecido no uniforme das jogadoras, que estampam as capas dos jornais britânicos quase que diariamente.

Mas a americana Kerri Walsh, uma das homenageadas pela "Heroes", crê que a campanha também tenta descolar o vôlei de praia da imagem sexy. Nos pôsteres, distribuídos pela arena, os atletas da modalidade aparecem com rostos sisudos.

"Antes se enfatizava só o lado sexy do vôlei de praia. Essa campanha é toda sobre a seriedade do esporte. Eu realmente aprecio isso como atleta e como mãe", afirmou a bicampeã olímpica.

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