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Mayra Aguiar leva o bronze e confirma 'maldição' de Londres, que deixa líderes do ranking sem o ouro

Lalo de Almeida/Folhapress
Mayra Aguiar vibra após ganhar o bronze na Olimpíada
Mayra Aguiar vibra após ganhar o bronze na Olimpíada

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

A conquista do bronze pela brasileira Mayra Aguiar, ontem, foi recheada de drama. Superada pela arquirrival Keyla Harrison na semifinal, quando sentiu uma contusão no braço, ela se recuperou para chegar ao pódio.

Mayra era a primeira do ranking olímpico na categoria até 78 kg. Mas Londres tem exibido sua vocação para catapultar plebeus à realeza: foram coroadas campeãs só duas das líderes do ranking.

Até agora, só a japonesa Kaori Matsumoto (até 57 kg) e a francesa Lucie Decósse (até 70 kg) confirmaram o favoritismo nestes Jogos.

Após passar por suas duas primeiras lutas, sobre a tunisiana Hana Mareghni e a polonesa Daria Pogorzelec, Mayra reencontrou a norte-americana Kayla Harrison.

Em nove combates, Mayra tinha quatro vitórias e cinco derrotas para Kayla, que a bateu no Pan de 2011. Porém Mayra havia levado a melhor recentemente, no Grand Slam de Paris, em fevereiro.

Aumentou ainda mais a expectativa o fato de a americana ter feito críticas a Mayra.

Em duelo parelho, apenas no minuto final Kayla conseguiu aplicar um yuko, golpe de valor menos significativo. Pouco depois, Mayra, que tentava reverter o placar, desistiu após chave de braço.

No intervalo entre as quartas de final e a disputa do bronze, sequelas física e psicológica preocuparam a comissão técnica e seus amigos.

"Tínhamos pouco tempo. Pedi que esquecesse a semifinal e focasse exclusivamente a próxima luta", explica a técnica Rosicleia Campos.

Pior, a judoca, que já estava com o punho lesionado, sentiu algo em seu braço.

"Perguntei para mim mesma: 'Ai, meu Deus, e agora?'", conta Mayra. "Foi aí que amigos, como o [judoca] Leandro Guilheiro e o [campeão olímpico] Aurélio Miguel, disseram para aguentar a dor, que valeria a pena pela medalha", diz ela, que faz 21 anos hoje.

Voltou a lutar e seguiu a orientação ao vencer por ippon, pontuação máxima, Marhinde Verkerk, da Holanda.

"Essa medalha me deixou com um gostinho de quero mais. Em 2016 [nos Jogos do Rio], quero o ouro", afirmou durante a entrevista, enquanto era observada por Kayla.

Além de Mayra, a "maldição" do primeiro do ranking olímpico em Londres já havia vitimado um outro brasileiro: Guilheiro, que retornará ao Brasil com as mãos vazias.

Londres foi pródiga em produzir surpresas no tatame. An Kum-ae, da Coreia do Norte, 18ª do ranking olímpico (que considera apenas um atleta por país), foi campeã na categoria até 52 kg. Se fosse considerado o ranking tradicional, An estaria em pior posição: seria só a 25ª.

Entre os homens, na categoria até 66 kg, o campeão foi Lasha Shavdatuashvili, da Geórgia, 21º do ranking. Na categoria até 60 kg, o favoritíssimo primeiro do ranking, Rishod Sobirov, ficou com o bronze, como Felipe Kitadai.

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