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EUA se diversificam para driblar Jamaica

ATLETISMO
Após perder hegemonia nas corridas de velocidade, norte-americanos buscam provas alternativas

DO ENVIADO A LONDRES

Os EUA têm sua maior chance de ultrapassar a China no quadro de medalhas a partir de hoje, com o início das provas de atletismo.

Mas, desta vez, os norte-americanos terão de diversificar suas apostas no esporte nobre dos Jogos Olímpicos.

O país de maior PIB do mundo, que acumula 738 medalhas na modalidade, 311 de ouro, terá de fugir da tradição de depositar todas as fichas nas competições de velocidade disputadas na pista.

Afinal, desde a última Olimpíada, Pequim-2008, são os jamaicanos que dominam essas corridas, tanto no masculino, com Usain Bolt e companhia, quanto no feminino, com Shelly Ann-Frazier.

As mulheres dos 100 m rasos, aliás, estreiam hoje, com a etapa classificatória.

A nova realidade incomoda os norte-americanos.

Em uma entrevista recente, a principal velocista dos EUA, Carmelita Jeter, irritou-se quando perguntada sobre a rival Frazier. "Estou aqui para falar sobre os EUA."

Seu compatriota, Tyson Gay abaixa a cabeça e, constrangido, admite o favoritismo jamaicano nos 100 m: "Ele [Bolt] é o único homem que já correu na casa do 9s50, então é sempre favorito."

Não é só o homem mais rápido do mundo. Com os velocistas Yohan Blake e Asafa Powell, a Jamaica pode sonhar até com um pódio triplo. O domínio se estende aos revezamentos e aos 200 m.

Os EUA, no entanto, acharam novas formas de obter medalhas. Um exemplo é o saltador em altura Jesse Willians, campeão mundial.

A modalidade tinha um domínio americano até 1996. Desde então, rarearam os saltadores americanos. Em Pequim-2008, o próprio Willians falhou ao buscar pódio.

"Eu me sinto diferente agora, mentalmente e fisicamente. Sinto-me realmente forte. Acho que o momento para mim tem sido construído aos poucos", disse o saltador.

Outra aposta, neste caso importada, é o corredor de 10 mil metros Bernard Lagat. Há décadas, os norte-americanos não têm chances contra africanos nas provas de longas distâncias na Olimpíada.

Mas Lagat é nascido no Quênia, país que domina o cenário das provas de fundo e pelo qual chegou a competir antes de mudar o domicílio para os EUA. Agora, já como norte-americano, é um dos favoritos nos Jogos-2012.

Além deles, os EUA também têm boas chances em provas em que sua tradição vem de longe: 400 m, corridas com barreiras e arremesso de peso, entre outras.

Para não perder a corrida, a China apela a suas especialidades, como tênis de mesa e badminton. (RODRIGO MATTOS)

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