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Estreantes, mulheres lutam por mais espaço

BOXE Feminino tem hoje 36 vagas, e cartola diz não ter planos para 2016

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

O boxe feminino fará a partir de hoje sua estreia oficial em Olimpíadas. E a responsabilidade das mulheres que estarão em Londres não é só ganhar medalhas, mas também garantir a expansão de seu gênero nos Jogos.

Os homens têm 250 vagas em Londres; as mulheres, 36. Ao ser questionado pela Folha sobre se o número de mulheres na próxima Olimpíada aumentará, ou qual será o destino do boxe feminino em 2016, o presidente da Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador), CK Wu, afirmou não saber. Ainda.

"Tudo dependerá do que acontecer aqui [em Londres]. Nada disso [quantas categorias haverá no Rio] está definido", afirma o dirigente.

O cartola já se mostrara favorável ao aumento no número de vagas para as mulheres no pugilismo dos Jogos. Mas prefere adotar uma atitude mais comedida em relação a esse assunto, até porque o Comitê Olímpico Internacional não modificou a cota de atletas para o boxe. O número de vagas para as boxeadoras acaba saindo do masculino.

Três brasileiras participam desse momento histórico do pugilismo amador: Erica Matos, na categoria mosca (até 51 quilos), a leve Adriana Araújo (até 60 quilos) e Roseli Feitosa, que foi campeã mundial em 2010 na categoria até 81 quilos, mas que em Londres competirá nos médios (até 75 quilos).

Em vez das dez categorias de peso nas quais os homens competirão, as mulheres tiveram três pesos para optar e se enquadrar, como Roseli.

É também Roseli quem terá a estreia mais complicada entre as três pugilistas brasileiras na Olimpíada. Ela pega a ex-campeã do mundo (2008) Jinzi Li, da China, que foi vice em 2006 e 2010.

A canhota Erica, que recebeu um convite para viajar a Londres, terá pela frente a venezuelana Karlha Magliocco.

O convite a Erica gerou polêmica. Dirigentes argumentaram que teria sido mais adequado chamar a canadense Mandy Bujold, mais bem posicionada à época no ranking mundial do que a brasileira.

E Adriana Araújo pega na estreia Saida Khassenova, do Casaquistão, que trocou o caratê pelo boxe em 2005 justamente pela perspectiva de a modalidade virar olímpica.

Trata-se da volta do boxe feminino aos Jogos, já que na edição de St. Louis, em 1904, foi modalidade de exibição.

De lá para cá, o pugilismo feminino, da mesma forma que o judô para as mulheres, no início, teve de enfrentar muitos preconceitos.

"Até uns seis anos atrás, era um absurdo mulher praticar boxe", lembra Adriana, 31. "As pessoas ficavam espantadas quando eu contava que treinava", completa.

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SANDRO MACEDO vê a olimpíada pela tv

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