2016

A 4 anos do início, Jogos do Rio ainda engatinham

Trunfo para obter a vitória na eleição da sede da Olimpíada, o diálogo entre governos federal, estadual e municipal apresenta ruídos na execução de projetos da Rio-2016.

A exatos quatro anos da abertura dos Jogos, uma das principais dores de cabeça da organização, o projeto para o evento, travou na articulação entre as administrações.

O novo ciclo olímpico vai começar sem projeto fechado. Há indefinição na construção do complexo de Deodoro e do Parque Olímpico.

Em razão disso, nem sequer o orçamento final é conhecido. A proposta inicial previa gasto de R$ 28 bilhões.

Antes afastada das críticas devido aos atrasos de estádios e infraestrutura da Copa-14, a preparação para os Jogos passou a ser alvo do COI (Comitê Olímpico Internacional). E a união entre as três esferas de governo desandou.

A principal evidência de descompasso foi revelada pelo secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner. Em encontro com empresários em junho, revelado pelo site da Folha, ele se queixou da demora do governo federal em repassar a execução da obra em Deodoro ao Estado. O resultado foi, disse ele, um "prazo bastante apertado".

No Parque Olímpico, as obras engatinham. A indefinição do novo autódromo, em Deodoro, mantém ameaça de paralisação na Justiça.

A Confederação Brasileira de Automobilismo afirma que, se o projeto da nova pista não for finalizado até este mês, proporá ação para interromper qualquer intervenção no autódromo de Jacarepaguá, desalojado para receber o principal palco olímpico.

As quatro obras para mobilidade urbana já iniciaram. Duas delas têm prazo apertado, mas não se pode dizer que estejam atrasadas. A Transolímpica, que liga a Barra a

Deodoro, tem prazo para conclusão em dezembro de 2015.

Estimativa semelhante tem a linha 4 do metrô, que liga a Barra à zona sul, principal área hoteleira. Essa é a obra que mais preocupa. Há receio de eventuais questionamentos jurídicos por parte de ambientalistas e moradores.