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EUA ajudam, e campeãs olímpicas se classificam

VÔLEI Seleção, que poderia cair por armação, acorda contra Sérvia

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Foi preciso uma corda no pescoço para a seleção feminina de vôlei, enfim, ter uma apresentação convincente.

Após quatro partidas decepcionantes, o Brasil entrou pressionado em quadra ontem à noite. Só a vitória interessava. Derrota significaria uma despedida precoce das atuais campeãs olímpicas.

O triunfo veio e em grande estilo. Jogando contra a já desclassificada Sérvia, o Brasil venceu por incontestáveis 3 sets a 0 (25/10, 25/22 e 25/16) em uma hora e 15 minutos.

Às 23h15 de Londres, a seleção feminina pôde enfim respirar aliviada após um pesadelo que se iniciou há pouco mais que uma semana.

"Seria uma catástrofe se esse time, atual campeão olímpico, não se classificasse. Eu não queria nem pensar nessa hipótese", disse o técnico José Roberto Guimarães.

O caminho tortuoso do Brasil na fase de grupos se iniciou com a vitória apertada sobre a Turquia, passou por derrotas para EUA e Coreia do Sul e se estendeu até anteontem, quando o time bateu a China no tie-break.

Pontos escassos levaram a seleção a chegar à última rodada da fase inicial dependendo de outros resultados.

Primeiro, a torcida era para que o confronto Coreia do Sul x China terminasse com vitória para qualquer dos lados, desde que a partida não fosse para o tie-break.

Mas a China venceu por 3 sets a 2 (28/26, 22/25, 25/19, 22/25 e 15/10) e levantou suspeita de marmelada. O resultado classificava as duas equipes asiáticas às quartas de final do torneio olímpico.

"Eu já esperava isso delas, principalmente das chinesas, que têm mania de combinar resultado", afirmou Thaisa, meio de rede do Brasil.

O técnico da Coreia do Sul negou a armação. "Isso não faz o menor sentido. Não há a menor chance de termos feito isso", disse Kim Hyung-sil.

Polêmica passada, restava ao Brasil torcer para que os EUA, maiores favoritos ao ouro, vencessem a Turquia. Treinando na quadra de aquecimento ao lado, as brasileiras acompanharam aflitas a pontuação da partida por meio de um aplicativo de celular.

Mesmo classificadas e com o primeiro lugar do Grupo B já certo, as americanas entraram em quadra com força máxima. Atropelaram as turcas em três sets e deram à seleção brasileira a oportunidade de definir seu destino.

E as atuais campeãs olímpicas não desperdiçaram a chance. Enfim, entraram em quadra podendo contar unicamente com seus esforços.

O técnico José Roberto Guimarães iniciou o jogo com Fernanda Garay no lugar de Paula Pequeno, que só tinha decepcionado até ontem.

Bem mais agressivo no ataque e mais alegre nas comemorações, o Brasil passeou em quadra. Era uma questão de tempo até fechar o jogo.

Quando o placar do terceiro set apontava 15 a 12 para a seleção, até o próprio locutor vibrava: "Faltam dez pontos para o Brasil se classificar para as quartas de final."

Parecia a contagem regressiva para a redenção, que chegou rápido e sem susto.

"Saímos de uma situação incômoda. Ganhamos uma segunda chance", completou Zé Roberto, aliviado.

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