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Futebol

Sul-coreanos buscam final para fugirem do Exército

Medalha livra atletas das Forças Armadas

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MANCHESTER

Há muito mais do que uma medalha olímpica em jogo para os atletas da Coreia do Sul que amanhã enfrentam o Brasil na semifinal do torneio olímpico de futebol.

Se derrotarem a seleção, os sul-coreanos se livram do serviço militar obrigatório.

O "prêmio" é concedido a todo atleta que conquistar uma medalha na Olimpíada -uma vitória amanhã garante, no mínimo, a prata.

Em caso de derrota, os sul-coreanos vão disputar o bronze com Japão ou México.

"Eu sei que meus atletas sabem lidar com o fardo de cada jogo, e isso inclui a pressão para ser liberado do serviço militar", afirmou o técnico Hong Myung-bo.

Todo homem sul-coreano deve se apresentar às Forças Armadas entre os 19 e os 30 anos. O serviço militar dura dois anos. Nenhum dos 18 jogadores que vão enfrentar o Brasil amanhã já se alistou.

Ganhar uma medalha olímpica não é a única chance de um atleta escapar do serviço militar obrigatório.

O ouro nos Jogos Asiáticos também daria esse direito. Mas a base deste time olímpico desperdiçou a chance que teve dois anos atrás.

A Coreia do Sul chegou à semifinal do torneio disputado em Guangzhou (China), mas perdeu para a seleção dos Emirados Árabes Unidos.

A medalha de bronze conquistada em seguida não foi suficiente. Em outros casos, um quarto lugar pode bastar.

Hong fazia parte da seleção que terminou em quarto lugar na Copa do Mundo de 2002, organizada pela Coreia do Sul e pelo Japão. O time todo foi liberado pelo feito.

Servir o Exército por dois anos não significa o fim da carreira esportiva de um jogador de futebol sul-coreano.

O time das Forças Armadas, Sangju Sangmu Phoenix, disputa a K-League, campeonato da primeira divisão.

Mas um jogador do Sangju não ganha mais de US$ 100 por mês como ajuda, enquanto os outros clubes do torneio pagam US$ 10 mil em média.

O time do Exército também fica impedido de participar de competições continentais, caso consiga a vaga em campo -o que ainda não ocorreu, dada a fragilidade do time.

No Brasil, o serviço militar é obrigatório, mas a maioria dos jovens são dispensados -jogadores de futebol hoje raramente são chamados.

O técnico sul-coreano fez questão de afirmar ontem que seu time "não tem destaques individuais". "Por isso nós trabalhamos tanto o conjunto, a organização", afirmou.

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